Servidor relata agressão em restaurante de Salvador
CAMPO GRANDE O coordenador de políticas para cidadania LGBT da Secretaria Municipal de Reparação de Salvador, Vida Bruno, afirmou ter sido agredido com pancadas na cabeça e em diversas parte do corpo nas instalações internas e na porta do bar e restaurante Cervantes, no Campo Grande, após comer no local na tarde de ontem.
Segundo ele, as agressões teriam sido iniciadas por Benjamin Villaverde, proprietário do local. A filha de Villaverde, Érica, conversou com a reportagem e negou as acusações. De acordo com ela, Bruno teve uma reação alérgica, seguida de uma convulsão e um surto que o fez ficar “fora de si”, chutar coisas e virar mesas no restaurante, precisando ser contido pelos presentes.
Bruno contou que a agressão começou após ele passar mal ao comer um prato de mexilhões. “Depois de comer, eu passei mal. O proprietário e a proprietária queriam que eu saísse do restaurante para não passar mal lá dentro. Enquanto eu não tinha condição de coordenar minhas pernas para sair, eles me esticaram e me jogaram lá fora. Me agrediram na cabeça e em vários lugares. Eu tô com a cabeça toda quebrada”, relatou.
O coordenador da Secretaria de Reparação falou sobre os xingamentos que recebeu do proprietário do local e de como conseguiu escapar das agressões. “Ele me chamava de negra. Chegou a me chamar de vagabunda e vadia. As pessoas acharam que eu era marginal porque eles tiraram meu sapato, minhas coisas pessoais”, falou.
No depoimento prestado na Central de Flagrantes, Bruno relatou ainda que teria sido chamado de "puta" e "ordinária" por Benjamin Villaverde.
A filha de Villaverde, Érica, disse ao CORREIO que Vida Bruno só foi retirado do restaurante para manter a segurança dos outros clientes e que o restaurante, que funciona há 40 anos, nunca teve nenhum episódio de homofobia ou agressão. O local informou ainda que “prestou assistência imediata, com suporte de médico no local e acionou o Samu”. A Polícia Civil vai apurar o caso.