Correios: empresa suspeita de fraude vai analisar privatização
ESTATAIS Responsável por elaborar um plano para a privatização dos Correios, a consultoria Accenture é suspeita de superfaturar os contratos com a própria estatal e com uma subsidiária. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.
Uma apuração interna feita pela companhia pública, à qual o Estadão teve acesso, apontou prejuízo de R$ 10,9 milhões em um negócio fechado em 2017. O Ministério Público Federal (MPF) apura o acordo e um negócio anterior da empresa, firmado um ano antes, de R$ 36 milhões.
Ainda segundo o Estadão, mesmo sob investigação, a consultoria foi escolhida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES), em agosto deste ano, para realizar estudos a fim de conceder à iniciativa privada os serviços postais no Brasil.
A licitação aberta pelo banco foi vencida pelo consórcio Postar, que além da Accenture, inclui o escritório Machado, Meyer, Sendacz, Opice e Falcão Advogados. O contrato prevê o pagamento de R$ 7,89 milhões. A privatização dos Correios, atualmente presidido pelo general Floriano Peixoto, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, é uma promessa de campanha do presidente Jair Bolsonaro.
O Estadão revela ainda que o contrato que a investigação interna dos Correios concluiu ser superfaturado foi fechado entre a Accenture e a CorreiosPar, braço de investimentos da estatal, extinta em 2019.
O valor inicial do negócio era de R$ 11,1 milhões, mas saltou para R$ 44,4 milhões depois de assinado. A contratação da consultoria, feita sem licitação, teve a justificativa de prestação de assessoria para negociação de ativos da empresa pública e na busca de novas parcerias.