Correio da Bahia

OLIVIA HUBBE

39 ANOS, BIÓLOGA, PROFESSORA

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Quando teve a primeira filha, Lara, 5 anos, a bióloga e professora Olivia Hubbe viu o clima piorar dentro de casa. “Rolaram uns estresses bem grandes no primeiro ano dela. Vários fights”, conta, com bom humor. O que hoje é motivo de riso, na época abalou o casamento com o também biólogo Alex Hubbe, que passou a ser mais demandado por conta dos cuidados com a filha e a casa.

“Ao longo desses cinco anos, essas demandas foram sendo entendidas pelo Alex de forma que agora, com a Cora, a coisa é bem mais tranquila. Eu não preciso deixar claro o que ele tem que fazer, a gente tem nossas divisões de tarefas. Todo dia ele passa pano na casa, põe roupa pra lavar, passeia com os bichos, cuida das crianças, troca fralda, dá banho... Faz tudo”, enumera Olivia.

Nas duas gravidezes, o casal que é de São Paulo e mora em Salvador, não contou com a tradiciona­l rede de apoio da família. Agora, na pandemia, o suporte foi ainda menor. “Por um lado, Alex está mais presente, por outro a gente tem menos auxílio. Mas só dele não ter que ir dar aula, consegue ajudar muito mais agora com a Cora do que esteve presente com a Lara”, comemora Olivia, que teve Cora em casa.

A presença não é só com as filhas, mas com a própria mulher. “Eu estava enjoando bastante até o sexto mês. Então, depois do almoço dava para descansar, e Alex estava ali quase sempre pra fazer uma aguinha com limão. Na segunda gravidez, porque na primeira ele estava batendo perna por aí prestando concurso”, compara.

Apesar dos avanços, Olivia acredita que ainda há muito a melhorar na divisão de papéis entre homens e mulheres. “Tem um monte de pai largando os filhos nas costas da mãe, mesmo os dois estando em casa. Vejo minhas amigas sem conseguir trabalhar e os maridos trancados no escritório trabalhand­o, muitas vezes”, desabafa. “Tá ruim pra mulherada”, conclui.

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