Correio da Bahia

Verão ajuda a movimentar Salvador

Turismo Mesmo na pandemia, cidade recebe turistas e dá esperanças ao setor

- Carolina Cerqueira* REPORTAGEM carolina.cerqueira@redebahia.com.br

Basta ir a qualquer ponto turístico de Salvador que eles os turistas - estão lá. E são muitos! Todos com o celular a postos, fazendo pose para a foto que vai ficar como registro da viagem. A professora Elizabeth Rodrigues, 40 anos, não perdeu a oportunida­de da selfie com as cinco amigas de São Paulo. É a sua primeira vez na cidade e ela está adorando. “As pessoas aqui são muito simpáticas. Já visitamos o Pelourinho, o Elevador Lacerda e agora o Farol da Barra. Também já provei e aprovei a famosa moqueca de camarão. O próximo da lista é o acarajé”, conta.

Apesar da pandemia, o movimento de turistas em Salvador cresceu mesmo. De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis da Bahia (ABIH-BA), Luciano Lopes, a expectativ­a para o mês de janeiro é de uma taxa de ocupação entre 55% e 60%.

“Os números ainda são muito mais baixos do que os dos anos anteriores, mas já demonstram uma retomada das atividades turísticas em Salvador. Fizemos algumas previsões para o final de 2020 e início deste ano e estamos vendo que elas estão se concretiza­ndo. A nossa expectativ­a é atingir em 2021 entre 70% e 80% das taxas de ocupação de 2020”, afirma.

O guia de turismo Thiago Duarte aponta que a pandemia trouxe muitos prejuízos, mas janeiro está sendo um mês positivo, com bastante demanda: “O turismo parou em março e eu, particular­mente, só voltei a trabalhar em setembro. Aí eu venho voltando gradativam­ente e agora tenho trabalhado quase todos os dias. O movimento está bem mais aquecido”.

Ele acrescenta que 99% dos turistas que atende são brasileiro­s de diversos estados. Além disso, a maioria busca por passeios privativos, que não misturem grupos diferentes: “Eu acredito que, por causa do coronavíru­s, as pessoas ainda estão com medo de se aglomerar e têm preferido os passeios de forma separada”.

É o que está fazendo a professora Elizabeth, que teve medo de viajar na pandemia, mas decidiu encarar, evitando aglomeraçõ­es. “Começamos a pensar na viagem em novembro, quando a covid estava em queda, mas aí os casos aumentaram de novo e ficamos com receio. Mas, viemos mesmo assim e estamos achando tranquilo, evitamos lugares muito cheios e fechados e tomamos todos os cuidados”, explica.

OCUPAÇÃO

De acordo com a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), os dados da taxa média de ocupação hoteleira vem apresentan­do cresciment­os constantes, sobretudo a partir de julho. Em dezembro de 2020, a capital baiana recebeu 467.989 turistas. No mesmo mês, a taxa de ocupação hoteleira na cidade foi de 48,59%. O número ainda é abaixo do registrado em 2019, 60,15%, mas muito maior do que o pior mês do ano passado, abril, que registrou apenas 11%.

O presidente da ABIH-BA, Luciano Lopes, revelou ainda que a maior demanda vem da região Sudeste: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Para Silvana Rós, guia de turismo e vice-presidente da Federação Nacional dos Guias de Turismo, os números confirmam o que ela já observa: “Eu retomei as atividades em

estadual de Turismo, Fausto Franco, a Bahia está empenhada na recuperaçã­o do turismo e, em especial, da malha aérea. “Os resultados já são positivos, com as companhias voltando a operar voos regulares e charters, com destaque para voos internacio­nais, que estão sendo retomados à medida que os visitantes entendem a seriedade das medidas adotadas pela Bahia diante da pandemia”, avalia.

No Aeroporto Internacio­nal de Salvador, a projeção é de 4.594 voos desembarca­ndo entre 1º de dezembro de 2020 e 31 de janeiro de 2021.

A Secult estima que entre dezembro de 2020 e março de 2021 haverá um cresciment­o médio de 20%. Ainda segundo a projeção estimada pela secretaria, os dados da hotelaria podem chegar ao final de março com um índice médio de ocupação em torno dos 67%, retornando assim ao patamar registrado nos dois anos anteriores à pandemia.

Para o presidente da ABIH-BA, é preciso ter esperança, mas também colocar os pés no chão. “Sem a vacina, não tem como a gente superar o ano de 2020. É muito difícil porque, com a pandemia e sem a vacina, ainda há muita limitação de voos e de capacidade em restaurant­es, por exemplo”, avalia.

Ele diz ainda que é possível manter as atividades, que os hotéis estão preparados e que é necessário seguir todos os protocolos recomendad­os. “Fizemos treinament­os para capacitar os funcionári­os para que eles estivessem preparados para seguir todos os protocolos de segurança e passar para os hóspedes uma sensação de segurança”, afirma.

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