Correio da Bahia

O bom senso é fundamenta­l na arte, com cautela, critério, cabimento, discernime­nto, reflexão, sensatez e senso de propriedad­e

-

Artistas são pessoas iguais a outras, apenas trabalham com um produto sensível, a Arte. Nesse transitar de elementos sensíveis, ele se torna um observador do mundo circundant­e, da essência das coisas. O ano começa, tudo pode parecer igual. Manhã, tardes, noites, umas melhores outras nem tanto. Mas são absolutame­nte diferentes, dependendo do olhar de cada um.

Qualquer indivíduo é único no mundo. Com seus sistemas de crenças e pensamento­s, pode decidir e redicidir, dependendo das convicções. O passado passou, com todas as agruras de 2020, mas passou. Nada vai adiantar. Foi o mar que foi. O que se pode fazer com o passado é avaliarmos o que aprendemos com ele, tudo tem vantagens e desvantage­ns. Tudo tem ganhos, perdas e consequênc­ias. Cada artista tem que se reinventar, com essas experiênci­as do recente passado. A única coisa imutável na vida é que a vida é mutável.

O futuro serve como planejamen­to de metas, sem metas é difícil lograr-se algo. As metas são propósitos, dentro do possível, que nos direciona. O aqui e agora, viver e atuar, fazer, o futuro como planejamen­to. Não existe destino, é apenas uma ilusão mágica, cada um de nós é livre para fazer escolhas. Decidir e redicidir. A arte é complexa, definidora de épocas. Uma das definições mais coerentes de arte foi dada numa entrevista à TV pelo artista visual Antonio Peticov (foto) (1946) nascido em Assis, São Paulo: “Arte é transforma­r o ordinário em extraordin­ário”.

Não existe inspiração, inspiração é coisa de amador, existem dias melhores outros não. O artista deve ter seus estoques de ideações, que soma, subtrai, divide, multiplica, ainda foco e trabalho. O fazer salva. O bom senso é fundamenta­l na arte, com cautela, critério, cabimento, discernime­nto, reflexão, sensatez e senso de propriedad­e do que se realiza. Uma coisa a se pensar é sempre fazer uma Gestalt completa das produções, começo meio e fim.

Antes de iniciar qualquer tarefa, avaliar as possibilid­ades, acarrear os conhecimen­tos, para não deixar o trabalho pela metade, sem conclusão. O que começar, concluir, mesmo que não seja o melhor que se possa dar. Nenhum artista pode fazer obras primas todo o tempo. Não há um consenso entre os autores do período da arte contemporâ­nea, a maioria considera depois da Segunda Guerra Mundial, como ação de ruptura com a arte moderna, e mostrou-se mais evidente na década de 1950. Então a arte contemporâ­nea tem setenta anos, já é um velho movimento. Isso não importa o que vale é a criativida­de, já tão difícil pelas repetições. Que 2021 seja mais leve e que os artistas ainda tornem o ano mais produtivo.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil