Crítica de arte Matilde Matos morre aos 93 anos
DESPEDIDA Presença marcante nos últimos 50 anos no universo das artes plásticas baiana, a crítica e curadora Matilde Matos morreu ontem em Salvador, aos 93 anos, devido à complicações do Alzheimer, doença da qual se tratava há 4 anos. Pioneira numa época em que a presença feminina neste ambiente era discreta, Matilde contou a história de muitos artistas através de seus textos - seja na imprensa, prefácios de livros ou para exposições.
“Minha mãe foi uma guerreira. Fez o papel de mãe e pai, Cuidou de mim e meu irmão Jean. Estava sempre disposta a buscar os artistas novos, incentivá-los. Também procurava valorizar os que já tinham uma carreira” resumiu, emocionada, Claudine Toulier, que esteve ao lado da mãe em vários projetos. O corpo de Matilde será enterrado nesta segunda, às
10h30, no cemitério do Campo Santo, na Federação.
Amigo de Matilde e colega no trabalho de crítica, César
Minha mãe foi uma guerreira. Fez o papel de mãe e pai, Cuidou de mim e meu irmão Jean. Estava sempre disposta a buscar os artistas novos, incenti vá-los. Também procurava valorizar os que já tinham uma carreira Claudine Toulier Filha de Matilde
Durante mais de 30 anos ela escreveu sobre arte, com conhecimento de causa e sem querer agradar ninguém César Romero artista plástico e crítico de arte
Romero afirma que quem quiser conhecer um pouco da história da arte na Bahia nas últimas décadas terá de conhecer a história de Matilde. “Durante mais de 30 anos ela escreveu sobre arte, com conhecimento de causa e sem querer agradar ninguém. Era muito sincera em suas avaliações”, diz César, que também é artista plástico e colunista do CORREIO.
Ele destaca a generosidade como um das principais características de Matilde, principalmente na disposição de divulgar os novos artistas. “Ela ia a todas as exposições e também recebia os artistas em casa. Era muito acessível, assim como seus textos”, resume.
Nascida em Caicó, Rio Grande do Norte, em 1927, Matilde Augusta de Matos fixou residência em 1933 na Bahia. Em 1959, assinava crônicas, dia sim, dia não, no Jornal da Bahia. Manteve a coluna no jornal até 1962, quando foi dirigir a escola de línguas Ebec, no Rio. Na volta, em 1968, passou a assinar colunas dominicais, no mesmo jornal.
Com vários livros publicados, lançou em 2010 a antologia 50 anos de Arte na Bahia, no qual apresentava um panoramaa da história das artes visuais no estado, a partir da década de 1945. Em 2014, uma grande exposição no Palacete das Artes apresentou a Coleção Matilde Matos, um conjunto de 80 trabalhos doados por ela ao estado, para fins educativos e de conservação. No mesmo ano foi lançado o documentário Matilde Matos: A Arte do Silêncio, dirigido por Kithi Oliveira.
Em 2017, 90 artistas plásticos se reúnem para homenagear Matilde, que já sofria com o Alzheimer, com a exposição 90 Olhares para Matilde - 90 Anos de Vida. Curador da mostra, o artista Leonel Matos relembra que foi uma forma de retribuir o grande trabalho feito por Matilde, que passava por dificuldades financeiras. As obras foram vendidas para ajudar no tratamento médico dela. “Ela era muito corajosa, não tinha preconceitos”, resume.
energia elétrica e gás).
O programa de transferência direta de renda é direcionado às famílias brasileiras em situação de pobreza e de extrema pobreza, com o objetivo de amenizar a situação de vulnerabilidade social.
A origem dos recursos é da União, por intermédio do Ministério da Cidadania.
Famílias em situação de extrema pobreza recebem R$ 89, mas o benefício pode variar caso os núcleos tenham em sua composição gestantes, mães que amamentam, crianças e adolescentes de 0 a 15 anos. Nesse caso, o valor de cada benefício é de R$ 41, sendo permitido acumular até cinco benefícios por mês. Dessa forma, o crédito pode chegar a R$ 205.
Já as famílias com adolescentes de 16 e 17 anos podem acumular até dois benefícios de R$ 48, ou seja, R$ 96.
INDÚSTRIA Na semana passada, o anúncio da decisão da Ford de fechar suas fábricas no Brasil após 100 anos evidenciou o processo de desindustrialização em curso no país, agravado nos últimos tempos. Há seis anos consecutivos, desde a recessão iniciada em 2014, o Brasil vê o número de indústrias no território nacional cair. No ano passado, 5,5 mil fábricas encerraram suas atividades. Ao todo, entre 2015 e 2020, foram extintas 36,6 mil. Isso equivale a quase 17 estabelecimentos industriais exterminados por dia.
Segundo a série histórica iniciada em 2002, até 2014 o número de fábricas crescia, mesmo com a indústria de transformação perdendo relevância na economia diante do avanço dos outros setores.
Há seis anos, o país tinha 384,7 mil estabelecimentos industriais. Mas, no fim do ano passado, a estimativa era de que o número tinha caído para 348,1 mil.