PGR dá 15 dias para Pazuello explicar omissão em Manaus
COLAPSO A Procuradoria-Geral da República (PGR) abriu uma apuração preliminar para analisar a conduta do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, no enfrentamento da pandemia da covid-19 no Amazonas, em particular sobre a falta de oxigênio nos hospitais. A PGR deu 15 dias para o ministro explicar por que não agiu para suprir a demanda mesmo tendo sido avisado por diversas vezes sobre a gravidade da situação.
“Solicito ao representado que envie, em até quinze dias, informações sobre o cumprimento, ou não, de medidas que são de competência do Ministério da Saúde, ante a notícia de que teria sido previamente avisado, na condição de titular da pasta, sobre a escassez crítica de oxigênio em Manaus por integrantes do governo do Amazonas, pela empresa que fornece o produto e até mesmo por uma cunhada, (...) mas não agiu”, diz o procurador-geral Augusto Aras no ofício.
A cobrança da PGR surgiu após reportagem da Folha de S.Paulo, no sábado, revelar que Pazuello foi avisado da situação crítica pelo menos quatro dias antes. E nos três dias anteriores ao colapso ele esteve no Amazonas.
Em um evento no dia 11, que reuniu a cúpula do Ministério da Saúde e autoridades do estado, Pazuello admitiu em discurso que tinha conhecimento do que ocorria nos hospitais: “Estamos vivendo crise de oxigênio? Sim”. E na sequência contou situação relatada pela cunhada: “Quando eu cheguei na minha casa ontem, estava a minha cunhada, com o irmão sem oxigênio nem para passar o dia. ‘Acho que chega amanhã’. ‘O que você vai fazer?’ ‘Nada. Você e todo mundo vão esperar chegar o oxigênio e ser distribuído’. Não tem o que fazer. Então, vamos com calma”, contou.
Principal fornecedora de oxigênio dos hospitais, a empresa White Martins fez alertas desde o dia 7. Integrantes do governo do Amazonas também relataram à Folha que o ministro foi avisado.
Em outra frente, a PGR pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para ampliar um inquérito que investiga o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), além do ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto, que geriu a cidade até 2020, e do atual, David Almeida.
Solicito
ao representado que envie, em até quinze dias, informações sobre o cumprimento, ou não, de medidas que são de competência do Ministério da Saúde, ante a notícia de que teria sido avisado sobre a escassez crítica de oxigênio em Manaus por integrantes do governo do Amazonas, pela empresa que fornece o produto e até mesmo por uma cunhada, mas não agiu Augusto Aras Procurador-geral da República, em ofício ao ministro da Saúde