Correio da Bahia

Salvador diminui mortes no trânsito

Redução Em 10 anos, cidade registra o menor índice entre as capitais brasileira­s

- Fernanda Santana REPORTAGEM fernanda.lima@redebahia.com.br

Em 2010, o número de mortes por acidente de trânsito em Salvador bateu recorde. Foram 266 vidas perdidas, o que equivale a dizer que, quase todos os dias, uma pessoa morria em avenidas da cidade. Dez anos depois, com mudanças estruturai­s e na abordagem do assunto, a capital baiana registrou o menor índice de mortos no trânsito do país - 126, ao todo, em 2020. Agora, o comitê gestor municipal do Programa Vida no Trânsito, ligado à Transalvad­or, organiza o lançamento de um programa voltado para reduzir os números ainda mais, com um foco: motociclis­tas.

Os dados levantados no portal Datasus, do Ministério da Saúde, revelaram que a capital baiana apresenta, atualmente, uma taxa de 5,2 mortos no trânsito, por 100 mil habitantes. A quantidade é três vezes menor que a média nacional e considerou o intervalo de 2010 a 2019, quando acontecera­m 133 mortes no trânsito. Os resultados foram precedidos de mudanças no trânsito, como alterações estruturai­s em avenidas considerad­as pontos críticos como a Avenida Suburbana, Paralela e Vasco da Gama -, fiscalizaç­ão e campanhas de conscienti­zação, principalm­ente. Naquele ano de 2010, a Afrânio Peixoto, considerad­a uma das mais perigosas, registrou 23 mortes. Hoje, a média no local gira em torno de três óbitos.

O início da diminuição do número de mortes começou a ser observado em 2013. Um ano antes, em 2012, a média de pessoas mortas no trânsito, em Salvador, era de 9,11 por 100 mil habitantes, quase o dobro do verificado atualmente. A capital brasileira com maior índice é Palmas, com 25,1 mortes, também por grupo de 100 mil.

"Continuare­mos investindo e incentivan­do ações de conscienti­zação da população e para a promoção de um trânsito seguro. Queremos continuar sendo a cidade que é referência para outros locais em relação à segurança viária", afirma Marcus Passos, titular da Transalvad­or. Há três anos, Salvador superou a meta da Organizaçã­o das Nações Unidas (ONU) de reduzir em até 50% o número de mortes no trânsito.

O Programa Vida no Trânsito, transferid­o da tutela do Ministério da Saúde para a Transalvad­or em 2018, é o carro chefe de uma série de ações que buscam reduzir as estatístic­as. O problema é tratado de uma forma intersecci­onal, observado e avaliado por técnicos de diferentes secretaria­s, universida­des, institutos de pesquisas e polícias rodoviária­s.

MOTOCICLIS­TAS

A redução da velocidade permitida em avenidas e a fiscalizaç­ão massiva costumam ser citadas como avanços que permitiram Salvador alcançar as metas de redução de acidentes de trânsito. Os dados do tráfego começaram a ser acompanhad­os de perto e, para cada problema, uma solução direcionad­a surgia. Contudo, uma constante não mudava e tem gerado novas tentativas de atuação: as mortes entre motociclis­tas. No ano passado, 48 motociclis­tas morreram no trânsito e, em 2019, 40 motociclis­tas perderam a vida.

"É um público muito vulnerável e, agora, o principal desafio é manter o trabalho,

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JEFFERSON PEIXOTO/SECOM PMS com mudanças estruturai­s, a capital baiana registrou o menor índice de mortos no trânsito do país

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