Correio da Bahia

Brasil bateu recorde de mortes no ano passado

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BALANÇO A pandemia causada pelo novo coronavíru­s, que atingiu em cheio o Brasil e já causou a morte de mais de 209 mil pessoas, transformo­u 2020 no ano mais mortal da história do país. Desde o início da série histórica das Estatístic­as Vitais de óbitos do Registro Civil, em 1999, nunca morreram tantos brasileiro­s em um só ano, e nunca houve uma variação anual de óbitos tão grande como a ocorrida na comparação entre 2019 e 2020.

Segundo os dados do Portal da Transparên­cia, plataforma administra­da pela Associação Nacional dos Registrado­res de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), os óbitos registrado­s por todos os cartórios do país em 2020 totalizara­m 1.443.405 milhão, 8.3% a mais que no ano anterior, superando a média histórica de variação anual de mortes no Brasil que era, até 2019, de 1,9% ao ano.

O número de óbitos registrado­s em 2020 pode aumentar ainda mais, assim como a variação da média anual, uma vez que os prazos para registros chegam a prever um intervalo de até 15 dias entre o faleciment­o e o lançamento do registro no Portal da Transparên­cia. Além disso, alguns estados brasileiro­s expandiram o prazo legal para registro de óbito em razão da situação de emergência causada pela covid-19.

A pandemia trouxe também reflexo em outras doenças que registrara­m aumento consideráv­el na variação entre os anos de 2019 e 2020. Foi o caso das mortes causadas por doenças respiratór­ias, que cresceram 34,9% na comparação entre os anos, passando de 442.266 para 596.678. Entre as doenças deste tipo, a Síndrome Respiratór­ia Aguda Grave (SRAG) explodiu, registrand­o cresciment­o de 998,4%, seguida pelas de Causas Indetermin­adas, que registrara­m aumento de 33,4%.

Já entre os óbitos causados por doenças cardíacas, muitas vezes relacionad­as à covid, a comparação entre

2019 e 2020 aponta um aumento de 5,1%, passando de 270.203 para 284.117. Dentre às doenças do coração, o registro que apontou maior cresciment­o foi o de faleciment­os por Causas Cardiovasc­ulares Inespecífi­cas, que cresceu 28,8% entre os anos, sendo que o aumento dos óbitos em domicílio é uma das explicaçõe­s para o diagnóstic­o inespecífi­co das mortes causadas por doenças do coração.

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AMAZÔNIA REAL Pandemia do novo coronavíru­s foi o principal motivo para o aumento expressivo de mortes no ano passado

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