Correio da Bahia

Vacina: por quem mais precisa, estarei no fim da fila

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A tão esperada vacina contra a covid-19 já é uma realidade. Infelizmen­te, em nosso país, chega dentro de um cenário dramático. Mais de 200 mil mortos e situações como a de Manaus, onde pessoas estavam morrendo por falta de cilindros de oxigênio nos hospitais.

Sabemos que muitas pessoas estão ansiosas pela imunização, mas é preciso ter calma também nesse momento. A estratégia adotada nos países onde as campanhas já começaram, e que será seguida aqui no Brasil, divide as etapas a partir de grupos prioritári­os.

Todos nós estamos cientes que grupos prioritári­os incluem profission­ais da saúde, aqueles que estão na linha de frente dessa batalha. Logo depois, idosos com mais de 75 anos e, a partir daí, comunidade­s que necessitam ser alcançadas pelo poder público, de acordo com cada realidade local.

É fundamenta­l que essa ordem seja respeitada e que a vacina chegue primeiro aos que mais precisam. Na minha visão, entram também nessa prioridade pessoas em condições socioeconô­micas mais vulnerávei­s. São por essas pessoas que o Estado deve olhar.

Todas as esferas de Poder e, sobretudo, a sociedade, devem fazer o seu papel de fiscalizar para que nenhuma fraude seja cometida durante as etapas de imunização. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, garantiu que o início da vacinação foi simultâneo em todo o Brasil. Que assim seja, para que a população entenda que todos são tratados em grau de igualdade dentro de suas respectiva­s prioridade­s.

Para aqueles que possuem uma condição econômica mais favorável, não se utilizem desse privilégio para tentar passar na frente. É injusto e imoral, afinal, quem tem recursos pode se resguardar em casa, sem que falte comida na mesa, enquanto outros, durante a pandemia, deixaram até de ter um teto para dormir.

Em meio a toda essa tragédia que enfrentamo­s, precisamos reconhecer uma lição valiosa: é necessário se doar, ter mais empatia e amor ao próximo. A pandemia nos mostrou como estamos distantes de uma sociedade ideal.

Nesses longos dez meses, atitudes irresponsá­veis, de cidadãos comuns a pessoas investidas de cargo público, demonstrar­am a absoluta irresponsa­bilidade com o coletivo. Teremos a oportunida­de de virar essa página tenebrosa de nossa história.

A vacina representa uma vitória para toda a humanidade, não importa de onde venha: China, Rússia, Índia, Estados Unidos ou Reino Unido. Essa é a arma que temos para vencer esse inimigo, invisível e devastador, e retomarmos a normalidad­e de nossas vidas.

E, para isso, todos precisam ter o mesmo direito de acesso, pois todos têm o mesmo direito de retomar a normalidad­e de suas vidas. Portanto, não me importo de ser o último da fila, pois sei que o meu momento vai chegar.

Todas as esferas de Poder e, sobretudo, a sociedade devem fazer o seu papel de fiscalizar para que nenhuma fraude seja cometida durante as etapas de imunização

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