LEWANDOWSKI ENVIA A ARAS DENÚNCIA CONTRA BOLSONARO E PAZUELLO POR COLAPSO
AMAZONAS Após empurrar para o Congresso Nacional a competência para análise de 'eventuais ilícitos' cometidos pelo governo federal na condução da pandemia do novo coronavírus, o procurador-geral da República, Augusto Aras, terá que se manifestar sobre uma denúncia apresentada por parlamentares do PCdoB contra o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, Eduardo
CRISE O governo do presidente Jair Bolsonaro é avaliado como ruim ou péssimo por 40% dos brasileiros, segundo pesquisa do instituto Datafolha divulgada nessa sexta (22). Houve um aumento de oito pontos porcentuais na avaliação negativa desde o levantamento anterior, feito no início de dezembro. O resultado é colhido em meio a um contexto de piora da pandemia de covid-19, dificuldades na vacinação no País e o fim do auxílio emergencial. Bolsonaro é considerado ótimo ou bom por 31% - em dezembro, a avaliação positiva estava em 37%. Já a taxa de avaliação regular ficou em 26%, ante 29% anteriormente.
Apesar do aumento do desgaste de Bolsonaro, a taxa de brasileiros contrários ao impeachment oscilou para cima, passando de 50% em dezembro para 53% agora. Os que defendem a abertura de um processo contra o presidente por crime de responsabilidade consideram o presidente ótimo ou bom, queda de seis pontos em relação a dezembro. Apesar disso, cresceu de 50 para 53 a rejeição ao impeachment
Pazuello, pela falta do oxigênio em hospitais de Manaus.
Isso porque o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou nesta sexta (22) o pedido de abertura de investigação para análise de Aras. O encaminhamento é protocolar em processos como esse, mas acontece em um momento de pressão para Aras, chefe do Ministério Público Federal, que vem
são 42% - no mês passado, eram 46%. Outros 4% não responderam. Os 37% de avaliação positiva que Bolsonaro obteve em dezembro representaram o melhor resultado do presidente desde que tomou posse, segundo a série histórica do estudo. Com a concessão do auxílio emergencial a milhões de brasileiros, Bolsonaro melhorou sua performance principalmente entre os mais pobres e em regiões onde colheu resultados ruins na eleição presidencial. Os números de agora indicam reversão daquela tendência.
O presidente tem agora taxa de avaliação negativa (soma dos porcentuais de ruim e péssimo) próxima de seu pior momento na série histórica do Datafolha. Em junho, ele tinha 44% de ruim e péssimo, e 32% de ótimo e bom. Em comparação sendo cobrado a endurecer a fiscalização ao governo.
A bancada do PCdoB na Câmara dos Deputados protocolou a notícia-crime atribuindo ao presidente e ao ministro crimes de prevaricação e 'exposição da vida ou da saúde de outrem ao perigo'.
paralelamente, integrantes do Ministério Público que atuam na primeira instância abriram ao menos duas investigações
com antecessores, Bolsonaro é o segundo mais mal avaliado, quando se considera na comparação o atual momento do mandato. Dilma Rousseff, por exemplo, estava com apenas 7% de avaliação negativa na metade do primeiro mandato, sendo considerada boa ou ótima por 62%.
Apenas Fernando Collor teve desempenho pior. Em seu segundo ano de mandato, em 1992, ele era desaprovado por 48%. Naquele momento, porém, o então presidente já sofria o desgaste das denúncias que levaram à abertura de um processo de impeachment. Ele renunciou antes de começar o terceiro ano do mandato.
O Datafolha realizou a pesquisa nos dias 20 e 21, por telefone. Foram ouvidas 2.030 pessoas em todo o
País. para apurar responsabilidades do governo federal na condução das ações de combate à pandemia do novo coronavírus. Eles também têm tentado exercer pressão por meio de recomendações e ofícios solicitando informações ao Ministério da Saúde. Há queixas de que a falta de uma coordenação da PGR tem feito com que as ações sejam dispersas.