Ajudando o inimigo
Covid-19 Baixa adesão ao isolamento social no Brasil contribui para a criação de linhagens mais transmissíveis e letais do novo coronavírus
que estamos vendo no Amazonas. A população tem muita culpa, pois não se protege contra o vírus. Aglomera, faz festa e paredão", diz o virologista e coordenador do Laboratório de Virologia da Ufba, Gúbio Soares. Ele também descobriu o zika vírus.
EVOLUÇÃO
Como todo ser vivo, o grande objetivo do vírus é sobreviver. Para tanto, o coronavírus evolui a cada contágio, criando novos tipos de mutações e variantes com a finalidade única de permanecer no hospedeiro, neste caso o ser humano. A importância do isolamento social não é apenas para conter o contágio, mas também para controlar estas variantes do coronavírus, que até então se mostrou mais forte que seus antecessores. Com novas evidências, até que ponto as mutações podem prejudicar as vacinas atuais?
"Ainda não sabemos. Na verdade, nem sabemos se as vacinas serão suficientes para
demos ter a falsa ideia de que estamos totalmente protegidos e que acabou a pandemia. Este é o grande perigo. O vírus RNA, como dengue, zika, coronavírus e HIV, tem várias mutações importantes e sempre vão lutar contra os medicamentos e vacinas. É natural de qualquer vírus modificar sua variante para continuar infectando. Precisamos agora investir na ciência para aprofundarmos os estudos sobre este vírus invisível que mudou o mundo para sempre. A vacina é uma poderosa arma, mas ainda temos que nos proteger usando máscara e evitando aglomerações. É a regra do jogo ", completa o virologista.
A boa notícia é que, pelo menos por enquanto, nenhuma variante se mostrou tão perigosa a ponto de prejudicar as vacinas que estão sendo produzidas.
CORONA BRASILEIRO
Não é motivo de orgulho para ninguém, mas o Brasil pode ter criado uma variante genuina