MATRIZ LIMPA E RECICLAGEM SÃO PRINCIPAIS TENDÊNCIAS
Os investimentos na produção do plástico a partir de matrizes sustentáveis e na ampliação da estrutura para a reciclagem dos materiais deverão crescer exponencialmente, projeta Fabiana Quiroga, diretora de Economia Circular da Braskem. “A gente tem trabalhado em produtos sustentáveis por dois caminhos. Por um lado, produtos de origem renovável, vindo da cana de açúcar, e investimento também em conteúdos recicláveis”, explica. No caso dos produtos de fontes renováveis, atualmente a empresa tem uma capacidade de produção de 200 mil toneladas por ano, graças a um investimento em 2010. Este volume representa 9,5% do total de bioplásticos produzidos no planeta, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast).
Em relação ao total de produtos da Braskem, o percentual atual é pequeno, reconhece Fabiana Quiroga, mas deve crescer bastante até 2050, quando a empresa pretende se tornar neutra na emissão de carbono. Na outra frente, a empresa tem a meta de atingir 300 mil toneladas de produtos recicláveis até 2025 e 1 milhão de toneladas em 2030. “Nos próximos dez anos vamos alcançar um volume importante de material de origem renovável ou recicláveis”, projeta.
Em busca de uma atuação sustentável, o Grupo Raymundo da Fonte, dono das marcas Brilux, Minhoto, Even e Sonho, já financiou, desde 2019, a reciclagem de 3,6 mil toneladas de plástico, o que equivale a 22% das suas embalagens.
A iniciativa acontece em parceria com o projeto socioambiental EuReciclo, que conecta a indústria às cooperativas de reciclagem, gerando renda e sustentabilidade através da coleta, triagem e destinação de embalagens descartadas. Neste período, a empresa repassou R$ 319 mil para 17 cooperativas, em 12 estados brasileiros, incluindo a Bahia. “Através da parceria com a EuReciclo, estamos conectados a uma cadeia produtiva de cooperativas e catadores, que vivem através dessa renda e nos ajudam a dar um destino sustentável às embalagens plásticas”, comentou Hisbello de Andrade Lima Neto, superintendente do Grupo Raymundo da Fonte.
“O uso do plástico nas embalagens traz muitas vantagens. Algumas delas são a durabilidade, a praticidade e o custo mais barato, o que é bom tanto para a empresa quanto para o consumidor”, diz Lima Neto.
Capelinha é uma empresa familiar. A produção vinha sendo feita como na época de seu Antônio. A ideia agora é colocá-la em outro patamar. “Queremos conservar o sabor, só que mais atrativo para outros mercados. Até para receber o empresário que queria levar a Capelinha para um evento importante, a gente não tinha nem esse escritório para acomodar a pessoa. Aí veio a pandemia. Pensamos: ‘a hora é agora’”.
A fábrica fez entregas de picolés até novembro. Mas, a plena atividade seguiu somente até o início do inverno. A previsão de retorno era março. No entanto, essa data está suspensa por conta da iminência de venda da marca.
“Haviamos colocado como data março de 2021. Mas, agora, está em aberto”, revelou a advogada. A empresa não divulgou valores ou possíveis compradores da marca.
CLÁSSICO
Enquanto isso, picoleteiros como Orlando recorrem a outras marcas. Porém, seguem anunciando por Capelinha. Praticamente viu a fábrica ser criada, quase 49 anos atrás. Coloca sua caixa de isopor em um carrinho e sai pelas ruas Marques de Leão e Afonso Celso, na Barra. “Se eu não gritar ‘capelinha’, não vendo”. Valdir Santos, 55 anos, antigo picoleteiro do Porto da Barra, prefere não “enganar ninguém”.
Até camisa com o nome