Correio da Bahia

HISTÓRIA DA EMPRESA

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Há quase meio século, desde 1972, Antônio Mota dos Santos, hoje com 84 anos, deu início ao que seria uma revolução no mercado de picolés de Salvador.

Logo que abriu, a fábrica não tinha nada a ver com o bairro de Capelinha de São Caetano, que lhe rendeu o nome mais tarde. Os picolés eram produzidos em uma mercearia no Alto do Peru e conhecidos como picolés Santo Antônio.

No início, eram apenas quatro sabores: côco, amendoim, milho verde e jaca.

Os picolés começaram a ganhar notoriedad­e. Os responsáve­is pela fama foram os picolés de milho verde e jaca, que eram incomuns na época, uma invenção de Seu Antônio. As pessoas perguntava­m de onde eram esses picolés diferentes. Os vendedores respondiam que a fábrica era na Capelinha de São Caetano. Foi aí que o nome pegou. O povo chamava de “picolé da Capelinha” e o dono mudou a marca.

Muitos tentaram copiar a Capelinha, principalm­ente no formato. Os picolés quadrados e o palito como o nome registrado eram suas principais marcas. Mas durante muito tempo ninguém conseguia superar seu sabor.

Até porque a maioria dos concorrent­es era feito de água e essência, os chamados bomba d’água. Já os picolés Capelinha eram feitos da poupa da fruta ou da pasta de ingredient­es como amendoim e doce de leite.

Houve períodos que os clientes reclamaram da queda de qualidade do picolé da Capelinha. Chegaram a espalhar a lenda de que a água utilizada para fazer o picolé vinha do Dique do Tororó. A fábrica diz que nunca mudou a fórmula e a água é filtrada.

Em 2012, por exigência da Anvisa, os Picolés Capelinha (e os outros) foram obrigados a usar uma embalagem externa para proteger o produto. Nos últimos anos, a concorrênc­ia veio pesada. Outros picolés de qualidade chegaram no mercado. Hoje, a liderança é da Sorvetes

Real, que chega a produzir mais de 30 mil por dia.

O Capelinha já superou inúmeras crises, mas agora, com pandemia, resolveu parar a produção temporaria­mente.

A filha de seu Antônio garante que o objetivo da empresa é se modernizar para voltar mais forte, mas existe a possibilid­ade de a marca ser vendida. Salvador e o próximo verão esperam ansiosamen­te.

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