Pouco movimento em 2º dia de Enem
Exame Após abstenção recorde, candidatos criticam prova em plena pandemia
Os locais escolhidos para a aplicação do segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tiveram movimentação tranquila ontem em Salvador. Mas isso não impediu a tensão dos candidatos com a prova de Matemática, nem as críticas à realização do exame em plena pandemia. No Campus Salvador do Instituto Federal da Bahia (Ifba), no Barbalho, alguns alunos aguardavam na frente do prédio o horário de fechamento dos portões para não entrar tão cedo em sala.
“Eu prefiro ficar aqui fora, pois tomo um ar, respiro um pouco e evito o nervosismo”, disse a estudante Stefanie Lobosco, 18 anos. Ela queria que a prova tivesse sido adiada. “Não houve segurança. Em minha sala, não teve distanciamento, era um bem atrás do outro. Ninguém conferiu a minha temperatura também”, reclamou. A abstenção no primeiro dia de provas foi de 51,5%, segundo o Ministério da Educação (MEC).
O estudante Emerson Barreto, 19, também lamentou a realização do exame. “Eu tenho uma amiga que a mãe é do grupo de risco e por isso ela não quis fazer o Enem este ano”, contou. “Ano passado, o Inep fez a votação para que escolhêssemos a melhor data de realização da prova e a maioria das pessoas decidiu por maio. Mesmo assim, eles deixaram em janeiro, o que foi muito prejudicial para muita gente”, diz Emerson, que estava acompanhado dos amigos João Victor Bonfim e Welington Gomes, vizinhos.
No geral, o clima entre os estudantes era mais tenso por causa dos temas do segundo dia: Matemática e Ciências da Natureza. “Semana passada, eu estava bem mais tranquila, mas agora são temas que eu tenho mais dificuldade”, confessou Jéssica Souza dos Reis, 18, que fez, ontem, o seu primeiro Enem no Colégio Central, onde o movimento era tranquilo, assim como no primeiro dia.
“Eu estou com medo por causa da pandemia, mas tranquila com os protocolos de segurança. Teve muita gente que faltou na minha sala”, contou Jéssica.
ECONOMIA
Como o movimento foi tranquilo, o mercado informal saiu prejudicado. Apenas dois ambulantes vendiam água, suco e canetas na frente do Ifba. “Já é tradição. Escolho esse local por ser mais perto da minha casa e por causa do movimento que é sempre bom. Mas este ano está deixando a desejar”, disse o vendedor João Santos, 53, que projetou uma queda de 50% no ganho em comparação ao último Enem.
No Central, o gestor do polo ACM da faculdade Unopar, Jefter Fernandes, coordenava a equipe que fazia o cadastro de possíveis alunos: “A gente conseguiu fazer mais cadastros. Agora, até mesmo com a chegada da vacina, dá uma sensação de esperança para projetarmos o nosso futuro”.
Não houve segurança. Em minha sala, não teve distanciamento, era um bem atrás do outro. Ninguém conferiu a minha temperatura também Stefanie Lobosco Estudante, 18 anos, sobre o primeiro dia de provas
Ano passado, o Inep fez a votação para que escolhêssemos a melhor data e a maioria das pessoas decidiu por maio. Mesmo assim, eles deixaram em janeiro Emerson Barreto Estudante, 19 anos; ele tem amigos que deixaram de fazer a prova