Correio da Bahia

Dificuldad­es finaceiras também pesam para as famílias

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professor”, diz Cinthia Garcia, diretora da unidade.

Por conta da redução de alunos, Cinthia teve de demitir 12 funcionári­os, entre professore­s e auxiliares. “É uma parte muito chata e que a gente não gosta, mas, nesse momento foi inevitável”, diz a gestora. A capacidade total da unidade é de 250 alunos.

Na Escola Cresça e Apareça, a evasão das crianças até 3 anos foi de 100% e também houve demissões, principalm­ente porque a medida provisória do governo federal, a 936, que permitia a redução de salários, acabou em dezembro do ano passado.

“As matrículas dos pequenos de 0 a 3 anos reduziu drasticame­nte, tanto é que a gente não tem nenhuma matricula. Temos uma lista enorme de pais que, no dia que retornarem as aulas presenciai­s, no dia seguinte eu matriculo, mas antes disso não”, revela a diretora Mariana Mongenroth. A maioria dos alunos é justamente os mais jovens. A escola atende bebês a partir de seis meses.

No Educandári­o Augusto Freitas, em Cajazeiras, a redução de alunos foi de 70%, diz o diretor Mário Sérgio. “A maior redução foi na educação infantil e primeiro ano. Mas, na expectativ­a de que com o início dos trabalhos, as matrículas melhorem”.

Em alguns colégios, a matrícula não teve grandes perdas. Foi o caso da Villa Global Education - Avenida Paralela e Litoral Norte -, que já têm 80% das matriculas.

A recusa dos familiares em matricular crianças pequenas sem ter certeza de quando as aulas recomeçam é também por questões financeira­s, diz Mariana Mongenroth. “A gente tem um perfil de família que matricula no tempo integral, que opta por não ter babá para colocar na escola integral. Todos dizem que querem continuar com a orientação, mesmo no remoto, estão muito satisfeito­s com as soluções, mas é questão financeira mesmo, porque ou paga a escola ou paga alguém para ficar com as crianças”, explica a diretora da Cresça e Apareça.

Por conta da indefiniçã­o, a gestora teve que adaptar o contrato com as famílias esse ano, para prever todos os cenários possíveis em que a escola pudesse oferecer o serviço. “A gente colocou as opções para especifica­r tudo que pode acontecer”.

Para ela, a angústia é tripla – como mãe, educadora e empresária. “Sofro de múltiplas angústias. Como empresária, vejo meu CNPJ na UTI. Como mãe, me vejo desesperad­a por minhas filhas porque tenho família de outros estados e outros países e as crianças já começaram a ir para a escola, e, enquanto educadora, por saber o quão isso é prejudicia­l para a saúde das crianças”, avalia.

No colégio Nossa Senhora do Resgate, que tem unidades no Cabula, São Lázaro e Brotas, o receio maior ainda são os números da pandemia. “Estamos passando por um momento atípico. Na educação infantil, as escolas estão sofrendo muito porque os pais estão muito receosos em confirmar a matricula nesse período, enquanto não há vacina disponível para todos, enquanto os números de contaminaç­ão não passarem e quanto ao acesso da criança à tecnologia”, explica o direto geral Sérgio Pires.

Na Villa Global Education, a CEO Viviane Brito diz que entre as crianças de 0 e 3 anos, os pais ainda aguardam uma melhor definição da situação da pandemia para fechar a matrícula. “Temos matrículas para todas as séries. O ensino médio e fundamenta­l, temos quase todos os alunos matriculad­os”, afirma.

A CEO do Villa explica que a espera se dá por vários fatores. “O ensino remoto é complicado para crianças pequenas porque depende dos adultos para acompanhar e as famílias já voltaram a trabalhar. A segunda questão é que as crianças estão precisando socializar".

A escola é um espaço seguro, com protocolo organizado com as exigências de distanciam­ento e higienizaç­ão Viviane Brito

CEO do Villa

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