Hoje é dia de dança, bebê
Especialistas afirmam que dançar com os filhos cria conexão entre pais e crianças
muito essa troca de experiência”, indica.
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Para um bebê se desenvolver bem, não basta ter uma boa alimentação e cuidados básicos, ressalta a psicóloga Daniele Wanderley, 51, especialista em psicopatologia do bebê e psiquiatria infantil. “É necessário que seus cuidadores consigam se comunicar ainda que o bebê não se expresse por palavras e atribua sentidos às suas experiências”, explica.
“É através do brincar, do prazer que os cuidadores expressam com os jogos e brincadeiras que o bebê vai fixar o olhar, imitar e se interessar em se comunicar e compartilhar suas experiências”, acrescenta Daniele.
Daniele reforça que ficar com os bebês no chão e acompanhar seus interesses, variar o uso dos objetos, cantar, dançar, gesticular, ou fazer jogos onde ele se veja surpreendido com as ações dos adultos é algo que vai organizar seu interesse social.
BRINCAR
A brincadeira entre pais e filhos merece mais atenção, na opinião de Rossana, já que sua experiência profissional revela uma carência no assunto. Depois de trabalhar quase seis anos em uma organização de apoio às famílias nos Estados Unidos, a educadora observou que muitos pais não sabem brincar com seus filhos, não sabem entrar no universo da criança.
“Com a tecnologia, o celular, o computador, as pessoas estão perdendo a perspectiva do brincar. O dançar está inserido nessa grande coisa que é brincar e ele ajuda nessa interação entre crianças e adultos. A partir da dança, pais e mães meio que descobrem como brincar com seus filhos”, reflete.
Katiane acrescenta que um dos aprendizados da pandemia foi o fortalecimento do que é essencial: a presença. A dança, explica a educadora, proporciona um momento de toque mais consciente do adulto para o bebê, "pois no cotidiano é muito fácil cairmos no automatismo, carregar a criança pra cá e pra lá sem nem pensarmos no que estamos fazendo".
“Um momento de dança é capaz de proporcionar o essencial para o bebê (que nós, seres humanos, passamos o resto da vida necessitando se não o temos integralmente nesta primeira fase da vida): acolhimento, afeto, toque, presença, escuta, movimento, conexão consigo mesmo, com o outro, em especial com mãe e pai, conexão com seu ambiente, com o planeta”, resume.