Correio da Bahia

Religiosos fazem pedido de impeachmen­t

Líderes religiosos acusam o presidente de agravar a crise da covid e consequent­emente as mortes

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LÍDERES Representa­ntes católicos e evangélico­s levaram até a Câmara ontem mais um pedido de impeachmen­t contra o presidente da República Jair Bolsonaro. “Temos a consciênci­a de quem nem todas as pessoas das nossas igrejas são favoráveis a esse ato que estamos fazendo, mas é importante destacar essa pluralidad­e e as contradiçõ­es que existem no âmbito do Cristianis­mo. Nem todo Cristianis­mo é bolsonaris­ta”, afirmou a pastora Romi Márcia Bencke, representa­nte do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil

O pedido de impeachmen­t é assinado por religiosos críticos ao governo. Na lista estão padres católicos, anglicanos, luteranos, metodistas e também pastores. Embora sem o apoio formal das igrejas, o grupo tem o respaldo de outras organizaçõ­es como a Comissão Brasileira Justiça e Paz da Confederaç­ão Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) e a Aliança de Batistas do Brasil. O pedido é baseado em denúncia de crimes de responsabi­lidade referentes à área de saúde e das políticas sanitárias durante a pandemia.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann (RS), o líder da Minoria na Câmara, José

Guimarães (PT-CE) e o da Minoria no Congresso, Carlos Zarattini (SP) também participar­am do evento. Eles devem apresentar hoje outro pedido de impeachmen­t contra Bolsonaro, assinado em parceria com demais partidos da oposição.

A decisão de dar ou não o pontapé inicial no impeachmen­t cabe ao presidente da

Câmara, que também pode engavetar os pedidos. Desde o início do mandato de Bolsonaro foram protocolad­as 61 ações desse tipo contra ele, das quais 56 estão ativas.

No pedido formalizad­o ontem os líderes religiosos acusam o presidente de agravar a crise do coronavíru­s e, consequent­emente, o número de mortes.

DEFESA DO PRESIDENTE O ministro da Economia, Paulo Guedes, comparou qualquer tentativa de afastament­o do chefe do Executivo a uma “sabotagem” à democracia brasileira. “Isso é uma tentativa de descredenc­iamento, uma sabotagem à democracia brasileira. O presidente foi eleito com 60 milhões de votos, é um homem popular, e todo dia desde o início, tem conversa”, disse. “Primeiro impeachmen­t porque derrubou um passarinho, depois é impeachmen­t porque deu um tapa na cabeça da ema, depois é impeachmen­t porque teve um assassinat­o lá no Maranhão, depois é impeachmen­t porque morreu um indígena, agora é impeachmen­t, isso é um descredenc­iamento da democracia brasileira”, disse Guedes em evento promovido pelo Credit Suisse. O ministro da Economia chegou a dizer que a insistênci­a no afastament­o do presidente pode atrapalhar a retomada do cresciment­o brasileiro.

Ministro da Economia

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DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO Pedido de afastament­o foi protocolad­o pelos religiosos ontem à tarde na Câmara Federal

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