O preço da modernidade
Trens do Subúrbio darão espaço ao VLT com passagem 8 vezes maior
O sistema de trens do Subúrbio Ferroviário vai parar de funcionar a partir de 15 de fevereiro. A interrupção do serviço será realizada para a nova etapa das obras do Veículo Leve de Transporte (VLT). O fim da operação dos trens também será marcada pelo aumento no custo desse modal para os passageiros. Dos atuais R$ 0,50 pagos no percurso entre a Calçada e Paripe, valor vigente desde 2002, a passagem passará a custar R$ 3,90, segundo o secretário de Desenvolvimento Urbano do Estado, Nelson Pelegrino. O aumento é de quase 8 vezes, na comparação com o montante cobrado atualmente.
De acordo com Pelegrino, a tarifa atual é simbólica, mas conseguia ser mantida por subsídios do estado e devido à precariedade dos trens. “Qual transporte fica 19 anos sem reajuste? A tarifa não foi reajustada pelo fato do serviço ser precário”, disse.
Os novos valores para o VLT ainda não foram normatizados, mas devem seguir a tabela do metrô - R$ 3,90 para a viagem apenas no modal e
R$ 4,20 para a passagem com integração com outros meios de transporte. Apesar do aumento, o secretário ressalta que estes valores também são subsidiados. “A tarifa integrada no metrô custa algo em torno de R$ 6,40 para o governo. Esse valor de R$ 4,20 é subsidiado. No caso do VLT, a população poderá se beneficiar desse subsídio com a oportunidade de pegar o monotrilho, o metrô e o ônibus”, afirma Pelegrino.
INTEGRAÇÃO
Se o valor vai aumentar para quem anda apenas de trem, o preço cai quando levado em conta a integração com os sistemas de ônibus urbanos e metropolitanos e o metrô. Atualmente, o trem do subúrbio não é integrado, o que faz com que o passageiro tenha de gastar com mais de uma passagem. “A tarifa atual do trem só permite o deslocamento entre Paripe e a Calçada e caso o passageiro necessite ir até o Comércio ou outras regiões centrais da cidade, paga mais R$ 4,20 [com a integração], ou seja, R$ 4,70”, pondera Pelegrino.
Morador do Subúrbio Ferroviário e líder comunitário, Eugênio Santos, 44 anos, afirma que alguns passageiros que utilizam o trem do subúrbio não poderão pagar mais que R$ 0,50, o que torna o aumento excludente para a população de baixa renda.
Eugênio faz um contraponto ao analisar os impactos da integração do monotrilho: “a integração vai depender do caminho que a pessoa vai fazer. Para algumas pessoas deve melhorar, mas temos que ver onde vai ter estação para integração e analisar isso quando o VLT estiver funcionando. Até porque tivemos uma redução das linhas de ônibus aqui na região”, diz.
O VLT vai manter a gratuidade para idosos e a meia passagem para estudantes já existente no trem do subúrbio, mas é impossível dar benefícios para toda a população que não pode arcar com a tarifa do transporte público, afirma o secretário. “A composição do público é sazonal, em grande maioria. São pessoas que vão na Calçada fazer compras, na Feira de São Joaquim. Por esse motivo, não temos como fazer uma tarifa por corte social, o universo para isso é maior”, explica Nelson Pelegrino.
INTERVENÇÃO
A parada no serviço dos trens vai permitir que a via seja isolada, seccionada, tapumada e se inicie a retirada da parte aérea de eletrificação da ferrovia. Depois, será iniciada a prova de carga da via, considerada etapa fundamental para que sejam fincadas as estacas, os pilares e por fim a via por onde irá circular o VLT. Os pilares do elevado do modal serão construídos no atual traçado da ferrovia.
Simultaneamente, também serão construídas as estações do VLT. Já os vagões serão feitos na China e a previsão é de que o primeiro deles seja embarcado com destino à Bahia em abril.
Ao saber do fim do trem do subúrbio, quem nunca andou no modal está se mobilizando para fazer um passeio por lá. Nas redes sociais, alguns usuários comentam a vontade de conhecer o local antes da obra. Um deles é o estudante Luís Felipe, 17 anos, que vai pedir para alguém o levar até a ferrovia.
“Tem tempo que eu quero ir. Meu colégio ia nos levar, em 2016, mas o trem quebrou. Agora, quero realizar essa vontade ainda mais por ser suburbano, apesar de morar em Mussurunga atualmente. Tenho a curiosidade para ver o trem que passa perto do mar”, conta.
O secretário Nelson Pelegrino aponta que o novo modal vai trazer conforto, segurança e rapidez e que o tempo de espera entre as viagens cairá de uma média de 40 para quatro minutos. O VLT vai ter ar-condicionado e Wi-Fi gratuito. A expectativa do Governo do Estado é de que o desenvolvimento do projeto beneficie diretamente cerca de 600 mil moradores do subúrbio de Salvador.
Atualmente, o trem do Subúrbio transporta, em média, 6 mil passageiros por dia. Com o monotrilho, será possível transportar 172 mil usuários diariamente.
1614 1607 1550 1633 1606-01 1606-00 1651 1637 0706-00 1642 1615 1568 L111 1567 1608 1635
Os passageiros serão orientados sobre as linhas de ônibus que estão servindo àquela região do subúrbio e que podem ser utilizadas em substituição ao trem Nelson Pellegrino Secretário de Desenvolvimento Urbano do Estado, ao explicar sobre a interrupção do serviço do trem do subúrbio para a instalação do VLT (veja tabela de ônibus, abaixo)
A integração vai depender do caminho que a pessoa vai fazer. Para algumas pessoas deve melhorar, mas temos que ver onde vai ter estação Eugênio Santos Morador do Subúrbio e líder comunitário. Segundo ele, os trens atualmente em operação são velhos e inseguros e ele espera que o novo modal melhore a qualidade do serviço prestado aos suburbanos
Itaigara X Mirantes de Periperi Via Brotas; Barra X Paripe Cocisa; Vista Alegre/Alto de Coutos/Estação Pirajá; Ondina X Mirantes de Periperi; Base Naval Barroquinha; Paripe X Barroquinha; Lapa X Base Naval Via Estrada Velha; Mirantes de Periperi - Imbuí/Boca do Rio; Nordeste - Joanes / Lobato; Lapa X Boa v. Lobato; Lapa X Plataforma; Barra X Faz. Coutos/vista Alegre; Baixa Do Fiscal / Lobato – Brasilgás Vista Alegre - Barra* Paripe X Ribeira Joanes X Lobato X Rodoviária*