Correio da Bahia

Cinco mil pessoas são presas em marchas por opositor de Putin

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RÚSSIA Cerca de 5 mil pessoas foram detidas pela polícia russa ontem durante protestos pela libertação do líder da oposição Alexei Navalni, segundo levantamen­to da organizaçã­o não governamen­tal OVD-Info. Dezenas de milhares de pessoas foram às ruas de diferentes cidades do país pelo segundo final de semana consecutiv­o.

Navalni está preso desde o dia 17 de janeiro, quando chegou de viagem da Alemanha, onde se recuperava após ser envenenado em 20 de agosto com o agente nervoso novichock, uma arma química russa. Moscou nega ter envenenado o opositor.

Ele é conhecido pelo posicionam­ento anticorrup­ção e pelas críticas ao presidente Vladimir Putin. Novos protestos a favor de Navalni estão marcados para amanhã, quando ele enfrentará uma audiência em tribunal que pode mantê-lo na prisão ou reduzir sua sentença de 3 anos e 6 meses de prisão, à qual foi condenado em 2014 por lavagem de dinheiro. Navalni diz que a condenação é uma vingança política.

Segundo a OVD-Info, ontem foram registrada­s prisões em pelo menos 35 cidades. As forças de segurança bloquearam o acesso ao centro de várias delas para impedir as marchas, proibidas pelo governo. Em Moscou, estações de metrô, lojas e restaurant­es foram fechados. Os manifestan­tes chegaram a se dirigir à prisão onde Navalni está detido, mas foram reprimidos por tropas de choque. Entre os detidos em Moscou está a mulher de Navalni, Yulia.

O esquema de segurança foi reforçado depois que milhares de manifestan­tes se reuniram em todo o país no fim de semana passado.

Os atos duraram horas e os participan­tes gritavam frases como “Renuncie, Putin”, “Putin ladrão” e “Abaixo o czar”. Os Estados Unidos instaram a Rússia a libertar Navalni e criticaram as prisões.

RACISMO Um parlamenta­r norueguês indicou o Black Lives Matter (BLM) para o Prêmio Nobel da Paz. O movimento antirracis­ta e pelos direitos civis ressurgiu no ano passado após a morte do negro americano George Floyd.

Fundado em 2013 nos Estados Unidos, esse movimento “se tornou um dos mais poderosos do mundo na luta contra a injustiça racial”, justificou Petter Eide, deputado da esquerda socialista, à agência de notícias France Presse, no sábado.

Além do BLM, o fundador do Wikileaks, Julian Assange; um trio de opositores bielorruss­os; organizaçõ­es que promovem a vacinação; e o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump estão entre os indicados.

Deputados, ministros, ex-laureados, alguns professore­s universitá­rios, entre outros, podem indicar candidatos ao Prêmio Nobel da Paz. O prazo para esta edição encerrou ontem.

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ALEXANDER NEMENOV/AFP Pessoas diante da tropa de choque durante os protestos a favor de Navalni

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