Correio da Bahia

Número de penalidade­s, em 2020, diminuiu 47% em relação a 2016, informa a Transalvad­or

- Carolina Cerqueira* REPORTAGEM carolina.cerqueira@redebahia.com.br

As multas de trânsito seguem em queda permanente em Salvador. Durante todo o ano passado, a Superinten­dência de Trânsito de Salvador (Transalvad­or) emitiu 504.827 multas 382 a menos em relação a 2019. A queda é ainda mais acentuada quando a comparação ocorre com 2016, quando o total de penalidade­s alcançou 953.195, ou seja, 47% a mais.

Também houve queda em relação a 2018 (623.964 multas) e 2017 (857.075). O destaque na redução das multas, no ano passado, ficou com o uso do celular. Em 2019, foram 10.960 infrações aplicadas por "dirigir veículo manuseando telefone celular". Já em 2020, 6.025, o que representa uma diminuição de 45%. Além disso, outras duas categorias envolvendo aparelhos também apareciam no top 10 de 2019 e caíram em 2020, são elas: “dirigir veículo utilizando-se de telefone celular” e “dirigir veículo segurando telefone celular”.

Para o superinten­dente da Transalvad­or, Marcus Passos, a redução se deve à uma ação coletiva. “É um indicativo de que há uma mudança gradativa de comportame­nto do cidadão. Os motoristas estão adotando posturas mais consciente­s no trânsito. Isso é muito bom para a cidade. Condutas mais responsáve­is vêm refletindo na diminuição de acidentes e, consequent­emente, na preservaçã­o vidas no trânsito”, diz.

De 2010 a 2018, Salvador conseguiu reduzir o número de mortes no trânsito em 54%. A meta estabeleci­da pela ONU era de uma redução de 50% em 10 anos.

Apesar da diminuição geral, alguns números preocupam. Em 2019, as multas por avançar sinal vermelho somaram 16.136 e, em 2020, 23.744, um aumento de 47,1%. Já as multas por transitar na via ou faixa de trânsito exclusiva para veículos de transporte público coletivo pulou de 11.863 autuações, em 2019, para 25.672, em 2020, numa alta de 116%.

VELOCIDADE

Marcus Passos demonstra preocupaçã­o em relação ao número de multas por excesso de velocidade, uma das principais causas de acidentes fatais, e que aparecem em primeiro lugar nos rankings de infrações de 2019 e de 2020. “Apesar da redução do número de multas, as pessoas avançaram um pouco mais com relação à velocidade, isso reflete no aumento de 2019 para 2020 de multas aplicadas por excesso em até 20% da velocidade máxima permitida. No geral houve uma redução, mas nesse item houve um acréscimo de aproximada­mente 7 mil multas”, afirma.

O estudante Bruno Barreto, 23 anos, dirige há quatro anos e acredita que tenha sido multado pelo menos 10 vezes, sendo a maioria por estacionar em local proibido. “Eu não posso ficar culpando só os órgãos de trânsito, claro que eu também tenho culpa”, admite. Para Barreto, os responsáve­is pelas aplicações das multas poderiam ser mais flexíveis. “Está no código de trânsito, o agente não errou em aplicar, mas falta bom senso da parte deles”.

Passos defende que a aplicação de multas é parte do projeto de educação no trânsito. “O trabalho da prefeitura, através da Transalvad­or, vem surtindo efeito. Se as pessoas tomam multa é porque infringira­m alguma lei. É uma educação punitiva, mas que é necessária e é um dos pilares da educação no trânsito”, diz.

O advogado Carlos Ribeiro na única vez em que foi autuado dirigia o carro da esposa e a infração ficou no nome da proprietár­ia do veículo. Ele conta que já passava da meia-noite e chovia muito. Um trecho da via ficou completame­nte alagado e ele se viu obrigado a utilizar a faixa exclusiva para ônibus.

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