Correio da Bahia

HERÓI IMPROVÁVEL NA HISTÓRIA

Libertador­es Palmeiras bate Santos e conquista seu segundo título com gol de Breno Lopes aos 53 do 2º tempo

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O futebol é magnífico por seus momentos de emoção e por criar heróis improvávei­s. Breno Lopes é um deles. O jogador contratado há menos de dois meses de um time da Série B (Juventude) e longe de ser estrela no elenco do Palmeiras foi o herói do título mais cobiçado pelo clube nos últimos anos. Ele marcou de cabeça o gol do título da Copa Libertador­es aos 53 minutos do segundo tempo, na vitória de 1x0 contra o Santos, sábado, no Maracanã.

O atacante foi o último contratado do Palmeiras. Chegou em novembro por causa de uma lesão grave de Wesley. Na final da Libertador­es, Breno Lopes entrou em campo já aos 39 minutos do segundo tempo. De cara, fez uma jogada sem sucesso, um cruzamento travado. Tinha pouco tempo para mudar o rumo de um jogo equilibrad­o e sem tantas emoções.

O ex-atacante do Juventude, que estaria festejando na véspera o acesso à Série A se ainda estivesse no clube gaúcho, queria mais. E quando a bola viajou no cruzamento de Rony, estava no lugar certo para fazer o que mais sabe e o colocou no radar da diretoria palmeirens­e: gol de cabeça. Ele ganhou de Pará no alto e colocou a bola no cantinho do gol defendido por Jhon.

O gol aos 53 minutos eterniza este mineiro que morava em Joinville entre os grandes heróis do Palmeiras. “A ficha demora a cair, mas eu sabia o quanto o torcedor queria esse título. O clube buscava há tempos e hoje entro para história. Agora é só comemorar”, festejou Breno Lopes, que completou 25 anos no domingo anterior à final.

Breno aproveitou seu momento de êxtase para reverencia­r a torcida e dedicar seu dia de herói aos grandes incentivad­ores da carreira: a família. “Minha mãe está ali chorando, é para ela, para meu pai, minhas irmãs em Joinville e à minha comunidade, São Bernardo, lá em Belo Horizonte. É um dia inesquecív­el na minha vida”.

O JOGO

Antes de comemorar o título, foi preciso superar um jogo tenso. A final teve poucos chutes no gol e erros a perder de vista. Os donos das duas melhores campanhas da Libertador­es estiveram longe do futebol veloz e ofensivo dos 12 jogos anteriores. Foi um duelo truncado, que frustrou quem esperava o bom futebol apresentad­o pelos rivais ao longo da campanha.

A final frustrou também no início pela falta de cuidados com a pandemia. Os convidados presentes ao estádio - foram 5 mil pessoas ao todo - se acomodaram quase todos no mesmo setor e próximos entre si. Embora isso tenha garantido o apoio, houve demonstraç­ões claras de desrespeit­o ao distanciam­ento social. O locutor do Maracanã fez vários pedidos para que todos usassem máscaras.

Dentro de campo, o calor prejudicou o primeiro tempo. O ritmo lento e os muitos erros fizeram as chances de gol sumirem. O Santos começou o jogo mais ofensivo e posicionou os dois laterais como pontas. O Palmeiras controlou esse ímpeto e conseguiu cavar algum espaço no ataque com Rony. Veio dele o único chute da etapa inicial que obrigou um goleiro a trabalhar. O desafio dos times no segundo tempo era aprimorar a criação e fazer o setor de meio-campo aparecer. O jogo dependente de chutões, lances individuai­s e bolas aéreas parecia reflexo do nervosismo dos finalistas. Pouco mudou.

A prorrogaçã­o

era quase uma

realidade quando um desentendi­mento agitou o jogo. Cuca e Marcos Rocha trocaram empurrões quando o treinador reteve a bola após saída pela lateral. O jogo parecia fadado ao fim com essa briga quando o gol de Breno Lopes definiu o campeão. O atacante não tem a categoria de Evair, a maestria de Ademir da Guia ou a idolatria de Dudu, mas agora está na história.

Com o gol, que foi apenas o segundo de Breno pelo Palmeiras (marcou antes contra o Vasco, na terça passada), o Verdão se igualou a Flamengo, Internacio­nal e Cruzeiro como brasileiro­s bicampeões da Libertador­es. O outro título palmeirens­e foi em 1999.

Já o Santos perdeu a chance de se tornar o único tetra do país. Segue com três títulos, assim como São Paulo e Grêmio, os recordista­s nacionais. O Independie­nte, da Argentina, lidera o ranking, com sete títulos, seguido do Boca Juniors, dono de seis.

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FOTOS: CONMEBOL/DIVULGAÇÃO Acima, os jogadores do Palmeiras festejam com a taça da Libertador­es no Maracanã; ao lado, o gol decisivo de Breno Lopes
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