Investidores criticam ação do governo na Amazônia
ESTRANGEIROS Em reunião com o vice-presidente Hamilton Mourão, investidores estrangeiros disseram que o trabalho ambiental feito pelo governo brasileiro ainda é insatisfatório e que continuarão a monitorar as medidas que são prometidas para a região amazônica para avaliar a exposição a riscos financeiros decorrentes do desmatamento.
O encontro virtual de sexta-feira passada se deu dias depois de Mourão ter defendido no Fórum Mundial de Davos a ajuda da iniciativa privada no processo e criticado a falta de financiamento internacional para atividades sustentáveis no país.
“Gostaríamos de continuar apoiando o crescimento econômico brasileiro, mas a tendência de aumento do desmatamento no Brasil torna cada vez mais difícil para empresas e investidores atenderem às suas ambições ambientais, sociais e de governança”, disse o presidente da gestora de ativos Storebrand, Jan Erik Saugestad, após o encontro. “Para nós, como investidores, é importante entender os impactos e dependências do negócio e traduzi-los em riscos”. O grupo atua para tentar conter o desmatamento em países em que tem investimentos e é formado por 55 instituições financeiras que administraram aproximadamente US$ 7 trilhões em ativos.
Segundo relato de Saugestad, o vice-presidente afirmou que o esforço de combate ao desmatamento foi bem-sucedido, com redução de 17% no segundo semestre de 2020. “Isso é muito positivo e esperamos que a tendência continue. Embora o índice tenha sido reduzido em relação aos níveis do segundo semestre de 2019, se comparado a outros anos, ainda está muito alto e ainda está muito longe da meta de 2020 fixada na lei climática brasileira”, disse o norueguês.
Para ele, é positivo o compromisso de Mourão com o combate ao desmatamento ilegal e a retomada do Ibama no controle das ações. Ele salientou, porém, desconfianças sobre se os recursos e o poder destinado ao órgão para agir serão suficientes para entregar resultados.