Devotos antecipam entrega de oferendas
O chefe de cozinha e umbandista, Flávio Sousa, 48 anos, entregou suas flores para Iemanjá no final da tarde de ontem para não correr o risco de enfrentar uma aglomeração de pessoas na praia no dia da Rainha do Mar, comemorado hoje. Pelo bairro do Rio Vermelho, local oficial da festa, cancelada por conta da pandemia, o movimento de devotos colocando presentes e fazendo pedidos para a Orixá foi tranquilo. A recomendação era justamente evitar aglomerações hoje, depositando presentes antes ou depois do dia 2 de fevereiro.
“Fui na praia da Rua Fonte do Boi. O local estava vazio. Escolhi um lugar com menos gente para evitar a aglomeração. Além do coronavírus, eu vou trabalhar amanhã (hoje), então, tive que entregar minha flores logo”, comenta Flávio.
O CORREIO esteve nas praias do Rio Vermelho, onde não foram observadas aglomerações. Algumas pessoas jogavam flores no mar das pedras que ficam na praia próxima ao Teatro SESI,
nas proximidades da Vila Caramuru e na Fonte do Boi.
Ontem, a Prefeitura iniciou o bloqueio dos acessos às praias do Rio Vermelho. A medida tem como intuito seguir as recomendações sanitárias para evitar aglomerações e a transmissão do novo coronavírus, e segue no local até amanhã.
Flávio concorda com as restrições por acreditar que é preciso ter responsabilidade com nós mesmos e com o coletivo em meio à pandemia do covid-19. “Uma média de 10 a 15 pessoas estavam na mesma praia que eu na hora que eu levei minha oferenda, mas todos estavam bem distanciados e usavam máscara. Acho que é um movimento normal para a localidade”, relembra o chefe de cozinha.
Para o umbandista, o dia de Iemanjá é sagrado por ser a data de saudar a Orixá na Bahia. Flávio ressalta que é possível colocar flores para Iemanjá em qualquer dia do ano: “essa oferenda pode ser quando a pessoa desejar, desde que seja com o coração e respeito”, completa.