Produção industrial no país fecha 2020 com tombo de 4,5%
CRISE A produção industrial brasileira encerrou 2020 com um tombo de 4,5%, apontam os dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este foi o segundo ano de recuo da indústria nacional - em 2019 ela havia recuado 1,1% - e o pior resultado desde 2016.
A queda acumulada no ano ocorreu apesar de a produção industrial ter registrado, em dezembro, o oitavo mês seguido de alta. “É claro que há uma melhora da produção industrial, mas ainda há muito espaço para ela crescer e não é em função das perdas provocadas pela pandemia, inclusive porque este é o segundo ano seguido de queda. É algo que vem de anos", enfatizou o gerente da pesquisa, André Macedo.
O recuo na produção foi disseminado em todo o setor industrial do país. Todas as quatro grandes categorias econômicas da indústria tiveram resultados negativos. Mas, foi a produção automotiva que mais impactou no resultado geral. O resultado para cada uma das quatro categorias da indústria foi: bens duráveis (-19,8%), Bens de capital (-9,8%), bens de consumo (-8.9%) e bens intermediários (-1,1%).
A queda de bens duráveis foi puxada, segundo o IBGE, pela fabricação de automóveis, que recuou 34,6% no ano. Considerando o segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias, a queda foi de 28,1%. O gerente da pesquisa apontou que a categoria de bens de capital também tem influência da produção de veículos.
“Ambas têm a dinâmica de produção muito associada à indústria de automotores. No caso da primeira, com influência dos automóveis, como os carros, e no caso da segunda, os equipamentos de transporte, como caminhões”, explicou. Macedo destacou que o segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias acumulou alta de 1.308,1% nos últimos oito meses, eliminando a perda de 92,3% registrada no período de março e abril de 2020. Ainda assim, não foi suficiente para garantir fechar o ano no campo positivo.