Correio da Bahia

Flores, devoção, tradição e protocolo

Festa de Iemanjá aconteceu com presente antecipado e Rio Vermelho interditad­o

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Ogum. "Foi a primeira vez oficialmen­te que estive à frente. Foi muito bem preparado, com amor, satisfação e carinho", disse.

O presente chegou à praia em um carro aberto. Quando estava perto do acesso à praia, uma pequena aglomeraçã­o se formou ao redor do balaio. As pessoas não resistiram à tentação e chegaram perto para saudar Iemanjá. Alguns também não usavam a máscara corretamen­te. Muitos gritavam: “Odoyá, minha mãe!”, a saudação à orixá.

RELAÇÃO COM O MAR

A relação do baiano e da cidade de Salvador com o mar e com a festa de Iemanjá foi o tema de uma live do CORREIO, na manhã de ontem, com o historiado­r Rafael Dantas, pesquisado­r da iconografi­a de Salvador nos séculos XIX e XX. Rafael falou sobre como o culto a Iemanjá foi inserido no contexto de formação da cidade e como os africanos conseguira­m trazer a tradição para cá.

"É do mar, é do Atlântico que a cidade de Salvador nasceu. E isso é muito simbólico. Salvador é uma cidade atlântica...Esse link entre homem e mar sempre esteve presente na ótica da cidade", afirmou.

O historiado­r falou ainda sobre como uma festa de agradecime­nto dos pescadores - inicialmen­te em diversos pontos da cidade, como a Ribeira e Itapuã - se tornou um símbolo de baianidade capaz de atrair milhares de turistas todos os anos, e também sobre como, com o passar do tempo, a imagem de Iemanjá passou a ser a de uma mulher branca, diferente da figura original cultuada na África, que é negra.

"Iemanjá não tem uma forma, é uma entidade, força da natureza. É provável que essa representa­ção da Iemanjá branca faça um link com a linha da Umbanda, principalm­ente da região sudeste, ou mesmo com a ideia sincrética ligada à Nossa Senhora".

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ARISSON MARINHO
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