Bares lotados e festas com feijoadas só em 2022
Pouco antes das 19h, algumas pessoas já aguardavam a abertura dos bares e restaurantes do Rio Vermelho. Mas o movimento foi fraco e a chuva forte atrapalhou os planos de quem optou por abrir. Isso porque muitos preferiram não abrir, com medo do público restrito. Na Vila Caramuru, no Largo da Mariquita, unidades fechadas, mesas vazias e só um barzinho movimentado.
Para o garçom Jeferson Pereira, 25 anos, mesmo com as restrições e o movimento abaixo do esperado, é preciso agradecer. “Nos outros anos isso aqui ficava muito mais movimentado. A gente funcionava desde às 8h, aí tinha feijoada, mocotó, rabada. Era muita gente, não tinha nem espaço direito. Mas graças a Deus a gente abriu hoje e teve gente. Vamos agradecer porque estamos trabalhando”, disse.
As amigas Diana e Lena chegaram por volta das 17h, fizeram seus rituais e ficaram para aproveitar a noite no bairro boêmio. “A gente não chegou a pisar na areia porque estava fechada, mas fizemos nosso ritual. Por conta da pandemia a gente não pode fazer a oferenda do jeito que sempre fazemos, mas ficamos de longe fazendo nossas orações”, contou a personal stylist Lena Nascimento, 34 anos.
No Largo da Dinha, o cenário era irreconhecível para um dia de festa. Poucas mesas e cadeiras, poucas pessoas. Nada de fila para comprar acarajé ou pessoas em pé disputando espaço ao lado do monumento em homenagem à Zélia Gattai e Jorge Amado. Não se via também food trucks espalhados pelo bairro nem movimentação de ambulantes.
Para Seu Edivaldo, vendedor de picolé, 52 anos, o dia não foi proveitoso. Dos 300 picolés que normalmente vendee na Festa de Iemanjá, este ano vendeu apenas 100. “Mesmo com a pandemia, que não permitiu festa de verdade, deu para fazer um dinheirinho. Pedir a Deus que isso termine logo”, disse o vendedor.