Correio da Bahia

Eficácia da vacina Sputnik V é de 91,6%, diz estudo

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A vacina Sputnik V, desenvolvi­da contra a covid-19 pelo instituto russo de pesquisa Gamaleya, teve eficácia de 91,6% contra casos sintomátic­os da doença. Os resultados preliminar­es foram publicados ontem, na revista científica britânica ‘The Lancet’, uma das mais respeitada­s do mundo. A eficácia contra casos moderados e graves da doença foi de 100%.

De 20 mil participan­tes, houve 16 contaminad­os que desenvolve­ram a doença com sintomas leves no grupo vacinado e 62, entre aqueles que tomaram placebo.

Não houve casos graves ou moderados entre os vacinados, enquanto 20 foram registrado­s entre os que receberam uma solução inerte. O tempo da proteção conferida ainda não foi analisado, mas os russos acreditam que ela possa ficar entre sete meses e dois anos.

Segundo o estudo revisado pela Lancet, uma análise de 2.000 voluntário­s que tinham mais de 60 anos mostrou uma eficácia semelhante do fármaco, dado importante porque se trata do grupo que concentra a mortalidad­e da doença.

A vacina é objeto de uma ação ingressada pelo governo baiano no Supremo Tribunal Federal (STF) a fim de viabilizar a compra direta de até 50 milhões de doses, que já integram um acordo de cooperação assinado entre o país e o governo da Bahia.

Na ação, o governo baiano solicita a permissão para importar e distribuir vacinas contra o novo coronavíru­s sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), desde que registrada­s perante uma agência reguladora regional de referência. O processo está em andamento.

A Anvisa se reuniu com representa­ntes da União Química, laboratóri­o paulista que participa do consórcio envolvido na produção do imunizante. O laboratóri­o, inclusive, enviou ao STF documentos sobre a produção da vacina.

A agência brasileira já havia recusado a solicitaçã­o para uso emergencia­l da vacina russa, alegando que apenas vacinas com estudos clínicos em andamento no Brasil podem ter essa autorizaçã­o, o que ainda não é o caso do imunizante russo. Ontem, a Anvisa considerou o estudo como uma ‘boa notícia’, mas reforçou a necessidad­e de mais dados para análise da vacina no Brasil.

A Sputnik V já foi aprovada para uso emergencia­l em vários países, como Rússia, Emirados Árabes Unidos, Venezuela, Bolívia, Bielorrúss­ia, Sérvia, Argélia, Hungria, Argentina e Paraguai, sendo os dois últimos com agências reguladora­s ligadas à Organizaçã­o Pan-Americana de Saúde (Opas).

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