Ex-chefe do Banco Central Europeu formará governo de emergência na Itália
MUDANÇA DE PODER O ex-presidente do Banco Central Europeu Mario Draghi aceitou ontem a incumbência de formar um governo de emergência na Itália, para enfrentar a pandemia e levar adiante um plano de reconstrução do país. Draghi recebeu a missão do presidente Sergio Mattarella, que inicialmente tentou reerguer o governo do ex-premiê Giuseppe Conte, mas a iniciativa fracassou por diferenças entre os partidos de coalizão.
“É um momento difícil. O presidente lembrou a dramática crise sanitária e seus graves efeitos na vida das pessoas, na economia e na sociedade. A emergência requer soluções à altura. Respondo positivamente à convocação do presidente”, disse Draghi após se reunir com Mattarella.
O ex-chefe do BC da Europa tem a missão de enfrentar a crise econômica e a pandemia de covid-19, como alternativa à realização de novas eleições. Draghi tentará obter apoio de outros partidos para formar a maioria no Parlamento uma tarefa considerada difícil, já que a maior força, o Movimento 5 Estrelas (M5S), que perdeu o governo, disse que não o apoiará, assim como a extrema direita.
Sem o M5S, todas as atenções se voltarão para as duas outras maiores siglas, o Partido Democrata (PD), de centro-esquerda, e a Liga, de extrema direita, que são rivais políticos, mas podem ter de votar juntos para dar uma chance a Draghi.
Para sair da crise, o presidente italiano optou por um governo que qualificou como “de alto perfil e institucional”, sob comando de um técnico, como Draghi, que tem muito prestígio na Itália.
Ele também exortou todos os partidos a apoiá-lo.
Mattarella é o único que, pela Constituição, indica o primeiro-ministro ou dissolve o Parlamento. O presidente considerou que convocar eleições nacionais durante a pandemia seria insensato. Além disso, ele advertiu que, sem um governo, o país poderia perder um fundo de mais de € 200 bilhões (R$ 1,3 trilhão) patrocinado pela União Europeia.
Draghi tem 73 anos e ampla experiência na gestão da política econômica italiana e europeia. Assume em um momento em que o Parlamento está fragmentado e alguns partidos são contra formar uma coalizão liderada por um tecnocrata, e não por um político.
Considerado o salvador da zona do euro em 2012, Draghi espera reativar a economia italiana graças ao gigantesco plano financiado pela UE. A covid-19, que já custou a vida de quase 89 mil pessoas no país, causou uma redução do PIB de 8,9% em 2020, uma das piores quedas na zona do euro.
A nevasca que atinge os Estados Unidos já matou pelo menos sete pessoas no nordeste do país, informaram ontem autoridades locais, que estimam se tratar da pior tempestade nos últimos dez anos. O estado mais atingido é Nova Jersey, onde o transporte público foi suspenso. Nas ruas, carros ficaram cercados pela grossa camada de neve. FOTO: MICHAEL LOCCISANO/AFP
EXTREMA DIREITA O Canadá incluiu o grupo neofascista americano Proud Boys na sua lista de terroristas junto com outras 12 entidades, tanto de extrema direita como radicais islâmicas associadas a Al-Qaeda e Estado Islâmico (EI).
Além do Proud Boys, o ministro de Segurança Pública, Bill Blair, afirmou que o Canadá adicionou à lista outros três grupos de extrema direita: Atomwaffen Division, The Base e Russian Imperial Movement.
Assim, o Canadá se tornou o primeiro país do mundo a considerar Proud Boys uma organização terrorista. A decisão implica que as instituições financeiras podem congelar ativos e que as forças de segurança podem agir contra quem oferecer ajuda econômica ou material a eles.
Integrantes do Proud Boys supostamente desempenharam papel fundamental na invasão ao Capitólio dos EUA no dia 6 de janeiro. O grupo, que conta com uma unidade canadense, é parcialmente originado no Canadá.
É um momento difícil. O presidente lembrou a dramática crise sanitária e seus graves efeitos na vida das pessoas, na economia e na sociedade. A emergência requer soluções à altura. Aceito a convocação do presidente Mario Draghi Economista, ex-presidente do Banco Central Europeu, ele agora é encarregado de formar um novo governo na Itália após a renúncia do primeiro-ministro Giuseppe Conte no dia 26