Justiça proíbe demissão de funcionários da Ford em fábrica de Camaçari
IMPASSE A Justiça do Trabalho concedeu na noite de sexta-feira uma liminar que suspende a demissão coletiva de funcionários da Ford da fábrica de Camaçari, na região metropolitana de Salvador. A decisão proíbe demissões até que o acordo entre a empresa e os funcionários seja encerrado.
Segundo o G1, não foi informado se a Ford já foi notificada. A decisão do juiz do trabalho Leonardo de Moura Landulfo Jorge, da 3ª Vara do Trabalho de Camaçari, determina que, durante as negociações e enquanto vigorem os contratos de trabalho, a Ford não poderá suspender o pagamento dos salários e das licenças remuneradas dos trabalhadores.
A empresa também não pode, segundo a decisão, praticar “assédio moral negocial, de apresentar ou oferecer propostas ou valores de forma individual aos trabalhadores, durante a negociação coletiva, devendo, caso seja do seu interesse, informar a coletividade das tratativas através de comunicados oficiais”.
Ainda, o juiz determinou que, caso a liminar não seja cumprida, poderá ser aplicada uma multa de R$ 1 milhão por item descumprido, mais R$ 50 mil por trabalhador atingido.
A montadora norte-americana anunciou no dia 11 de janeiro que iria deixar de produzir veículos no Brasil. Na planta industrial baiana, que fabricava o KA e o Ecosport, e em Taubaté (SP), onde eram feitos motores e transmissões, a interrupção das atividades aconteceu no mesmo dia. Até o final deste ano, a Ford pretende encerrar a operação da Troller, em Horizonte (CE).
A estimativa do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari é a de que a decisão custaria os empregos de 12 mil trabalhadores diretos – 5 mil da Ford e outros 7 mil de empresas que forneciam matérias-primas para a montadora, chamadas de sistemistas. O diretor do sindicato, Júlio Bonfim, acrescentou que a medida comprometeria ainda outros 60 mil empregos indiretos. “São 12 mil trabalhadores diretos e em torno de 60 mil trabalhadores indiretos que serão impactados. Estamos falando de 72 mil famílias. É um impacto muito grande na economia”, disse ele, em janeiro.
O juiz determinou que, caso a liminar não seja cumprida, poderá ser aplicada uma multa de R$ 1 milhão por item descumprido, mais R$ 50 mil por trabalhador atingido