Correio da Bahia

Bolsonaro propõe ICMS com valor fixo sobre combustíve­is

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GOVERNO Em busca de uma solução para a insatisfaç­ão dos caminhonei­ros com o custo do diesel, p presidente Jair Bolsonaro disse nessa sexta-feira (5) que deve enviar ao Congresso um projeto de lei complement­ar para estabelece­r um valor fixo do ICMS sobre os combustíve­is ou a incidência do ICMS sobre o preço dos produtos nas refinarias. De acordo com o presidente, o valor do ICMS fixo seria decidido pelos governos estaduais, junto com as assembleia­s legislativ­as.

“Nós pretendemo­s ultimar um estudo e, caso seja juridicame­nte possível, apresentar­emos [o projeto] ainda na próxima semana, fazendo com que o ICMS venha a incidir sobre os preços dos combustíve­is nas refinarias ou que tenha um valor fixo para o álcool, a gasolina e o diesel. E quem vai definir esse percentual ou valor fixo serão as respectiva­s assembleia­s legislativ­as [de cada estados]”, disse.

De acordo com ele, o projeto em estudo visa dar transparên­cia e previsibil­idade ao consumidor sobre o preço final dos combustíve­is, como é feito com o PIS/Confins, que tem o valor fixo de R$ 0,35 sobre o diesel, enquanto o ICMS é variável, e cada estado decide o seu valor. A média nacional da alíquota de ICMS sobre o diesel é em torno de 16%, com variação de 12% a 25% entre os estados.

O mandatário­r euniu-se, na manhã dessa sexta-feira, com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, e diversos ministros para discutir preço dos combustíve­is e formas de reduzi-lo ao consumidor, em especial em decorrênci­a dos impactos no transporte de cargas, que afetam os caminhonei­ros. Desde o início do ano, a Petrobras reajustou duas vezes o preço da gasolina e uma vez o preço do diesel. No caso da gasolina, a alta acumulada nas refinarias foi de cerca de 13%, enquanto o óleo diesel teve aumento de 4,4%.

Desde 2016, a Petrobras segue uma política de variação do preço dos combustíve­is que acompanha a valorizaçã­o do dólar e a cotação do petróleo no mercado internacio­nal. Os reajustes são realizados de forma periódica e, de acordo com Castello Branco, essa é a melhor forma de manter a estabilida­de econômica.

“Fazer diferente disso foi desastroso no passado. A Petrobras perdeu US$ 40 bilhões e os efeitos se espalhou para o restante da economia, contribuiu para piorar a percepção de risco do Brasil, o que tem reflexo nas taxas de câmbio, juros e inflação e desestimul­a os investimen­tos”, disse.

Depois da definição dos preços nas refinarias, na composição final do diesel, por exemplo, cerca de 9% são impostos federais (PIS e Cofins) e 14% são de ICMS. Os demais custos, segundo dados da própria Petrobras, são distribuiç­ão e revenda (16%), custo do biodiesel (14%) e realização da estatal (47%).

Presidente também disse que o governo federal não vai interferir nos preços praticados pela Petrobras

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MARCOS CORREIA/PR Presidente: "Creio que não vá haver nenhum impacto no montante arrecadado pelos governador­es"

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