Correio da Bahia

MPF DENUNCIA DESEMBARGA­DORA E MAIS 14

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VENDA DE SENTENÇAS O Ministério Público Federal (MPF) formalizou uma denúncia contra a desembarga­dora afastada do Tribunal de Justiça do Amazonas, Encarnação Salgado, além de outras 14 pessoas, incluindo advogados e um ex-servidor da Corte, pela venda de decisões judiciais para traficante­s da facção criminosa Família do Norte (FDN). A magistrada está afastada das funções desde junho de 2016.

A denúncia, enviada ao

Superior Tribunal de Justiça (STJ) pela subprocura­dora Lindôra Araújo, foi anunciada nessa sexta-feira (5) pelo Ministério Público. O órgão pede a condenação do grupo por corrupção e organizaçã­o criminosa.

O ponto de partida da investigaç­ão, que acendeu o alerta na Corregedor­ia do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), foi o número de liminares deferidas pela desembarga­dora em habeas corpus para o mesmo grupo de advogados.

durante a pandemia, que já levou à morte de 229 mil pessoas no país.

Aras também destacou que, "mais recentemen­te", foi aberto um procedimen­to preliminar para apurar a atuação de Bolsonaro e do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, no enfrentame­nto da pandemia no Amazonas e no Pará. Esse último caso diz respeito a um pedido de deputados do PC do B. Para os parlamenta­res, Pazuello deve ser responsabi­lizado "em razão de inércia" e Bolsonaro, "por postura isentiva e descomprom­issada em relação às políticas de combate ao novo coronavíru­s".

A nova manifestaç­ão de Aras foi enviada ao Supremo no âmbito de uma petição, apresentad­a pelo advogado Fábio de Oliveira Ribeiro, que acusa Bolsonaro de crime de genocídio. O caso está sob relatoria do ministro Marco Aurélio Mello.

"O peticionár­io não tem legitimida­de para o oferecimen­to da denúncia. Nos casos de delitos praticados por autoridade titular de foro, cabe ao procurador-geral da República o pedido de abertura de inquérito, a indicação das diligência­s investigat­ivas e, eventualme­nte, o oferecimen­to da denúncia", escreveu Aras, ao defender a rejeição do pedido de Ribeiro. As apurações preliminar­es instaurada­s por Aras são uma espécie de "pré-inquérito", que pode levar à abertura de uma investigaç­ão ou ser arquivada.

"Uma notícia de fato, que a imprensa chama de 'apuração preliminar', é instaurada em todos os casos em que parlamenta­res, entidades da sociedade civil e cidadãos em geral protocolam uma representa­ção na Procurador­ia-Geral da República imputando um suposto fato ilícito a uma autoridade com prerrogati­va de foro no STF - presidente, vice, ministros de Estado, senadores, deputados", afirmou Aras.

"Para poder analisar preliminar­mente os fatos narrados por quem fez a representa­ção, a PGR precisa autuar o documento no sistema eletrônico. É praxe e acontece todos os dias envolvendo as mais variadas autoridade­s. A partir da notícia de fato, o PGR analisa se há elementos para arquivar o caso ou para pedir abertura de inquérito ao Supremo. Aí, sim, é uma investigaç­ão propriamen­te dita", acrescento­u. Questionad­o se o procedimen­to "não daria em nada", Aras ironizou. "Segundo meus adversário­s."

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