Fora das estatísticas e longe da vacina
Índigenas baianos que não recebem atendimento de saúde especializado estão fora desta fase do plano de vacinação e temem pela sobrevivência
estado de subnutrição e desnutrição, o que enfraquece as defesas do corpo e gera problemas de saúde paralelos.
A imunização dos indígenas, independentemente da condição, defende ela, "significa sobrevivência. Para além da da saúde, é questão cultural".
A ESPERA
Em dezembro de 2018, os Kiriri receberam a notícia de que não seriam mais atendidos pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), subordinada diretamente ao Ministério da Saúde e criada em 1999. Da aldeia Kiriri do Cru, cravada em terra seca, então assistida pelo programa desde 2012, não cuidariam mais.
Se algum deles precisa de atendimento de saúde, vai até Euclides da Cunha, a 40 quilômetros de distância, em carros fretados. Foram excluídos do atendimento de saúde da secretaria pela falta de demarcação das suas terras, disse o cacique Antônio.
Dispersas pela Bahia, há 18 terras indígenas demarcadas e 29 que reinvidicam a demarcação, respondeu a Fundação Nacional do Índio (Funai). Nenhuma está isolada, como acontece a alguns indígenas que vivem no Norte brasileiro.
Na Constituição Federal de 1988, previa-se um prazo não cumprido de cinco anos para todas as terras serem demarcadas. A Funai não respondeu quanto tempo o processo de demarcação demora.
A Aldeia Kiriri do Cru aguarda há 10 anos a demarcação dos limites da terra, reconhecidos por Cacique Antônio de cabeça, sem necessidade de régua. Seus bisavôs, avôs, pais e, agora, ele, sempre souberam o que os pertence. É só fechar os olhos e o ancião enxerga o território diante de si.
A espera, durante a pandemil indígenas na Bahia são atendidos pela Senai. Eles estão em...