O melhor controle
O Brasil tem um modelo burocrático institucional-administrativo baseado na desconfiança e regido por uma multiplicidade de detalhadas regras, herança cultural das ordenações portuguesas. E depois da Constituição de 1988, os órgãos de controle terminaram tornando-se mais importantes, mais fortes, melhor aparelhados e mais bem remunerados que os órgãos finalísticos da área pública, provocando uma inversão na estrutura administrativa do Poder Público brasileiro.
Na base da hierarquia política, no fim da fila, os prefeitos estão ao alcance de nada menos que três órgãos de controle externo, dois níveis de ministérios públicos, dos órgãos de controle interno dos entes convenentes, além de suas próprias controladorias e das Câmaras de Vereadores. Para cada ação administrativa há vários órgãos fiscalizadores, ainda que se trate de apenas um órgão executor.
Curiosamente isto tem levado a uma atitude generalizada do funcionalismo de evitar tomar as mais simples decisões, para não correr o risco de responder ao famigerado PAD – processo administrativo-disciplinar. Enquanto isto, paradoxalmente, a elevação nos níveis de controle ex-ante parece operar a favor dos corruptos que trabalham com competência e driblam as normas, como bem demonstram as apurações realizadas no âmbito da Operação Lava Jato, conduzida por força-tarefa especializada. Ou seja, esse modelo de múltiplos controles, muitas vezes mais formais do que de mérito, termina por estrangular o órgão executor e seus agentes, mas nem sempre inibe o fraudador, que age com grande competência e desenvoltura sem limites, como se viu no “mensalão” e no “petrolão”, para citar apenas os casos mais amplos e notórios.
O excesso de regras e controles têm se mostrado inócuo para combater a corrupção. O crescimento do formalismo, no entanto, tem onerado a máquina pública e provocado perda de eficiência. Muito ainda temos que caminhar, no entanto, no combate à impunidade.
Tampouco há disciplina quanto à interferência de cada órgão fiscalizador em relação à Administração. Em plena crise do coronavírus, de gravidade inquestionável, foi possível perceber a precipitação de demandas e decisões judiciais,
trabalhar à noite para atender às demandas da empresa. Todos os itens são elaborados artesanalmente e aprovados pela Anvisa”.Os produtos já foram comercializados, inclusive, para a Europa.
“Nossa marca entrou na Europa primeiro através de amigos, depois nós fizemos um desenho de expansão internacional. Chegamos à Itália e quando chegaríamos à França veio a pandemia com as restrições. Por conta disso, resolvemos aguardar um pouco para continuarmos esse processo, no entanto, não desistimos e começamos a retomá-lo agora”, pontua.
CHEIRO PRÓPRIO
Na essência da Amuu!, a empreendedora destaca o papel importante do desenvolvimento de parcerias, sobretudo, no momento de pandemia para conseguir recompor as perdas provocadas pela crise. “Antes de completar um ano, pegamos a pandemia. Quando trabalhamos em rede, isso torna o caminho mais leve o que viabiliza a possibilidade de seguir e vencer meus medos. Consegui colocar pontos de retiradas de produtos em outras cidades através das redes empreendedoras. Esse apoio é fundamental”, diz.
A produção afetiva, essências exclusivas, atendimento personalizado e o artesanato sustentável, também fazem a diferença. “Temos dois perfis que compram mais: o que procura o autocuidado e o que quer trazer mais conforto para o lar. Em média, nossos clientes gastam R$ 200”, calcula. Dá para cada um criar a sua própria essência, como garante Juliana: “Quando um cliente não se identifica com o que já temos, criamos a sua identidade olfativa, de acordo com suas sinalizações de perfil. Produzimos tudo com a ‘essência’ daquele cliente”.
Todos os produtos têm refil e as embalagens são feitas de caixas de fibra de madeira de reflorestamento. “Valorizamos o artesanato sustentável. O nosso cliente percebe que existem pessoas por trás de cada produto, pessoas vendendo para pessoas. Além disso, buscamos usar produtos que não causem danos ao meio ambiente e que não sejam testados em animais”, explica Juliana sobre o processo de produção da marca.
A Ammu! acaba de lançar a sua linha de ecobags com sacolas a partir de R$ 70. As bolsas feitas de palha são compostáveis. “Temos outros itens para serem lançados ainda nesse primeiro trimestre. É acreditar no impossível. Nós podemos chegar a qualquer lugar, basta querermos. Parece clichê, talvez até seja, mas é bem isso mesmo. Como empreendedora preta, comecei com a coragem na bagagem e tenho a certeza de que estou no caminho certo”.