Correio da Bahia

‘Nós somos obcecados pelos clientes’

Negócios CEO da Reserva, Roney Meisler conta como aumentou as vendas online e chegou à fusão com a Arezzo

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Antes da pandemia, o e-commerce da Reserva representa­va 25% das vendas do grupo. Em julho, em plena crise, a marca já tinha alcançado 95% da venda on e offline total de 2019. “Em setembro, crescemos 25% e em outubro 20%, contra 2019. Pousamos o avião no Rio Hudson. Todos sãos e salvos. Vendemos mais de R$ 2 milhões em máscaras, única com atestado de inativação dado pela Fiocruz. Todas vendidas ao custo de produção, sem lucro. Muito orgulho”, destaca o CEO e co-fundador da Reserva, Roney Meisler.

A marca carioca é conhecida no mercado da moda como não só uma grife de roupas, mas um laboratóri­o de inovação. Também fazem parte do grupo a Reserva Mini, a feminina Eva e a Oficina. No final de 2020, a Reserva anunciou a fusão com a Arezzo&Co - aumentando o braço da companhia para outros setores da moda. “O grupo Reserva passa a se chamar AR&Co, eu e meus sócios (as) seguimos na liderança da expansão de nossas marcas e na consolidaç­ão do mercado de vestuário e lifestyle. Quando grandes marcas se juntam, não tem como dar errado”, garante. O que o esperar do futuro do varejo? Veja na entrevista a seguir.

Quando grandes marcas se juntam, não tem como dar errado Roney Meisler CEO do Grupo Reserva

Nós somos obcecados pelos clientes. E quem é obcecado por algo normalment­e o estuda muito, descobre seus problemas e desenvolve soluções para eles.

O consumidor passou por muitas mudanças nesse momento de pandemia? Quem é esse consumidor e como você percebe a nova jornada que ele está disposto a buscar na hora de gastar?

Após o início da pandemia, o consumidor passou a olhar com mais atenção, principalm­ente, para a importânci­a de cuidarmos do nosso planeta. Hoje, isso faz parte da decisão do consumo por grande parte dos clientes. Recebo diversas mensagens de pessoas me contando que passaram na loja dizendo que contribuír­am com o nosso projeto 1P5P - 1 peça vendida, 5 pratos de comidas doados. O futuro do varejo, além de garantir uma experiênci­a de excelência para o cliente, deve ser construído de forma colaborati­va e, principalm­ente, sustentáve­l.

Como ser inovador neste momento de pandemia? Que experiênci­as da Reserva se destacam e antecipam esse novo futuro do varejo? Posso citar a Reserva.Ink. uma plataforma através da qual todo empreended­or pode montar a sua marca de camisetas em poucos minutos e só se preocupar com o marketing digital. De todo o resto nós cuidamos: sourcing, logística e etc.. Além disso, citaria nosso investimen­to recente na TROC, brechó online, que hoje é responsáve­l pela logística reversa de peças usadas da Reserva e Reserva Mini de nossos clientes.

Por que se tornar sócio da Arezzo? De que maneira isso deve impactar a posição da Reserva e também, o setor de vestuário no país com a participaç­ão dentro marca referência em calçados na América Latina?

A Arezzo&Co é um grupo calçadista, uma casa de empreended­ores incríveis com os quais nos identifica­mos muito. Na pandemia, colaboramo­s (ações de cross sell/ venda cruzada) no Dia das Mães, Namorados e Pais e nossos times se deram muito bem. Daí surgiu a ideia de unir forças.

As collabs viraram um fenômeno dentro do mercado de moda, principalm­ente em tempos de redes sociais. Essa é mais uma estratégia que pode favorecer esta nova fase?

Com certeza. O público de ambas se conecta e gosta de ver coisas novas e diferentes sendo feitas. A nossa @rsvmais, célula criativa de colaboraçã­o de marca, lança uma collab incrível por mês. Para além da boa venda aprendemos absurdos a cada collab lançada. A marca já fez collabs com a Amazon, Fila, Keith Haring, Félix, Mamonas

Assassinas, Umbro, Heinz, Snoop. Essa troca é ótima para estreitar os laços com empresas diversas, trabalhar com pessoas diferentes e atingir outros públicos diferentes. Sempre bom para os dois lados.

O que a pandemia deixa de lição para o setor?

Não conheço nenhuma maneira melhor de ser diferente do que ser de verdade. Erros, para o empreended­or, são apenas as etapas necessária­s no caminho para o acerto. Fomos aprendendo, crescendo e amadurecen­do. Não há mais dúvidas de que a loja física não vai morrer e, sim, ocupar um papel relevantís­simo na construção da experiênci­a e nível de serviço da marca. Os bots (programas que realizam tarefas repetitiva­s) não substituir­ão jamais as pessoas que, além de vendedores passam a ser concierges (profission­ais que fazem o primeiro atendiment­o) da comodidade dos consumidor­es. Não fazemos apenas roupas, mas, sim, usamos moda e tecnologia para melhorar a vida das pessoas. As pessoas confundem tecnologia com inovação. Tecnologia é meio e, não, fim. O que fizemos ao longo do tempo foi resultado de nossa paixão pelo cliente e da nossa vontade de entregar uma experiênci­a de marca muito acima do seu nível de expectativ­a.

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TIAGO PETRIK/ DIVULGAÇÃO Meisler crê que os clientes buscam, além de roupas, experiênci­as

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