Correio da Bahia

Governo decide retirar militares da Amazônia

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MEIO AMBIENTE Depois de quase um ano de integrante­s das Forças Armadas atuando no combate ao desmatamen­to na Amazônia, o governo federal decidiu retirar os militares da região a partir de 1º de maio e limitar a fiscalizaç­ão a 11 cidades de quatro estados. O anúncio foi feito ontem pelo vice-presidente Hamilton Mourão, que preside o Conselho da Amazônia, responsáve­l por coordenar a atuação de ministério­s na área ambiental em nove estados.

De acordo com o vice-presidente, depois de um período de transição entre 15 e 30 de abril, a fiscalizaç­ão será feita com os efetivos próprios de Ibama, ICMBio, Funai, Incra, além das Polícias Federal e Rodoviária Federal.

"Ao longo de toda essa operação que nós estamos realizando desde maio do ano passado, levantamos que 70% dos desmatamen­tos ou dos crimes ambientais ocorrem em 11 municípios", disse Mourão, que continuará presidindo o Conselho nessa nova fase. Ele não informou os nomes das cidades, mas disse que são sete no Pará, uma em Rondônia, duas no Amazonas e uma em Mato Grosso.

Segundo ele, nessas localidade­s que há um "arco de humanizaçã­o", ou seja, uma maior concentraç­ão de pessoas e, portanto, de desmatamen­to. As demais áreas, disse Mourão, podem ser fiscalizad­as por menos gente, já que são de mais difícil acesso. "Esses 11 municípios foram elencados como as áreas prioritári­as, uma vez que, concentran­do os nossos esforços nesta região, temos condições de obter uma redução significat­iva destes crimes ambientais", afirmou o vice-presidente.

A GLO (Garantia da Lei e da Ordem) na Amazônia começou em maio do ano passado e foi prorrogada três vezes. O fim dela, por decreto, já estava previsto para 30 de abril. É a GLO que permite a atuação das Forças Armadas na região.

De 15 de maio de 2020 a 30 de janeiro de 2021, a Operação Verde Brasil custou R$ 400 milhões

PRESERVAÇíO Um grupo de pesquisado­res que compilou despachos federais de regramento ambiental no Brasil encontrou durante o governo Bolsonaro 57 dispositiv­os legais que se encaixam nas categorias de “desregulaç­ão” e “flexibiliz­ação”, enfraquece­ndo regras de preservaçã­o.

Mais da metade das medidas foi expedida após o ministro Ricardo Salles ter dito em reunião que pretendia “passar a boiada” das propostas do Executivo para o setor, enquanto a pandemia de covid-19 concentrav­a a atenção da mídia.

A pesquisa, que retrata um

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