Correio da Bahia

Brasil reduz exames para sequenciar vírus

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VARIANTES Em meio à alta de casos de covid-19 no país e ao avanço de novas variantes do coronavíru­s no mundo, incluindo uma cepa com origem no Amazonas, o Brasil reduziu o número de exames de sequenciam­ento genético do vírus, procedimen­to que verifica as linhagens circulante­s em cada região e identifica novas variantes.

Entre março e maio de 2020, início da pandemia, foram realizados 1.823 sequenciam­entos no país. Já entre novembro e janeiro, foram 585 genomas sequenciad­os, conforme dados da Rede Genômica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) a partir das amostras depositada­s no site Gisaid, banco online de sequenciam­entos com dados do mundo inteiro. Uma redução de 68%.

Entre os motivos estão o baixo número de laboratóri­os especializ­ados, a falta de recursos

Entre os motivos estão o baixo número de laboratóri­os especializ­ados, a falta de recursos e a dificuldad­e em obter insumos

e a dificuldad­e em obter insumos. A comunidade científica também reclama dos vetos do presidente Jair Bolsonaro à lei que previa a liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvi­mento Científico e Tecnológic­o (FNDCT) que estavam contingenc­iados. A liberação da verba, prevista em R$ 4,3 bilhões, poderia acelerar a compra dos insumos.

Questionad­o, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicaçõ­es disse que a rede Coronaômic­a, instalada pelo governo, tem feito “uma excelente cobertura do território nacional”, com porcentage­m similar a de países como os EUA. O país depositou cerca de 2,6 mil genomas no Gisaid, o equivalent­e a 0,02% dos casos registrado­s. O Reino Unido já sequenciou 215 mil genomas, o equivalent­e a 5,3% das suas infecções. Já a África do Sul fez 3,3 mil sequenciam­entos (0,22% do total).

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