Correio da Bahia

MEMÓRIAS DE OUTROS CARNAVAIS

Foliões, sem poder brincar por conta da covid-19, relembram seus rituais pré-folia

- Carolina Cerqueira REPORTAGEM Carolina.cerqueira@redebahia.com.br

‘Já pintou o Verão, calor no coração’, mas a festa não vai começar. Por conta da pandemia do novo coronavíru­s, não há previsão para o Carnaval acontecer em 2021. Em tempos normais, Salvador já estaria em festa, com toda a movimentaç­ão típica do período. Mas, dessa vez, é diferente. Quem diz que o ano novo só começa depois da folia, vai ter de descobrir outro jeito de renovar as energias. O que resta para este fevereiro atípico é a saudade da muvuca atrás do trio.

Os indícios de que Salvador já era oficialmen­te a cidade do

Carnaval, a essa altura, estariam por toda parte: camarotes montados nos circuitos, ambulantes acampados para garantir os melhores pontos, lojas exibindo fantasias nas vitrines, cambistas no entorno do Centro de Convenções, glitter colorindo tudo e, até o desagradáv­el cheiro forte de urina sinalizari­a o reinado de Momo. Em 2021, para matar saudades, os stories do Instagram estão povoados de memórias de anos anteriores, emocionand­o os foliões.

Por aqui, tudo começa cedo. Antes da abertura oficial da folia, que seria nesta quinta-feira, 11, já teria acontecido o Furdunço, o Fuzuê, o Pipoco e a tradiciona­l quarta-feira de blocos e fanfarras do Farol da Barra ao Morro do Cristo. O baiano aquece os motores para os dias oficiais de festa com antecedênc­ia.

TEMPO DE CURTIÇÃO

Para muitos, o pré-carnaval é tempo de curtir, mas, para outros, é hora de montar estratégia­s para a ‘guerra’ dos dias oficiais. É preciso garantir o tênis confortáve­l, checar a programaçã­o para fugir ou ir atrás do maior aperto, juntar dinheiro, comprar ou fazer a fantasia, personaliz­ar o abadá, estocar bebida.

A foliã Catarina Carvalho, 21 anos, nos dias que antecedem a festa, une as duas coisas. “Em tempos normais já teria ido para todos os pré-carnavais possíveis. Minha casa estaria cheia de glitter e eu estaria indo bater perna na Avenida Sete para comprar o que faltava para as fantasias”, conta ela, que no ano passado, marcou presença em todos os dias da folia.

Já o soteropoli­tano Antônio Seixas, 20, está morando em São Paulo, mas não perde um Carnaval na cidade natal. Quando a folia se aproxima, é hora de comprar as passagens e planejar as fantasias. Para ele, estar no Carnaval é se sentir em casa. “Quando eu penso no que estaria fazendo agora eu até abro um sorriso porque eu estava pensando nisso esses dias. Fiquei vendo as fotos dos carnavais passados e bateu uma saudade..."

Em 2020, na folia de Antônio a quarta-feira foi o dia da fantasia de vendedor de Beiju, com direito a trocadilho. No cardápio impresso na gráfica, opções como “beiju casadinho”, “beiju triplo” e “beiju pra viagem”.

Isabela Fontana, 21, também é dessas que adora uma fantasia e diz que não dá para repetir a do ano anterior. “Eu gosto sempre de fazer alguma coisa diferente", revela.

O CORREIO Folia é uma realização do jornal CORREIO com o apoio da Bohemia Puro Malte e da Drogaria São Paulo. A transmissã­o é da ITS Brasil e E_Studio.

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