MEMÓRIAS DE OUTROS CARNAVAIS
Foliões, sem poder brincar por conta da covid-19, relembram seus rituais pré-folia
‘Já pintou o Verão, calor no coração’, mas a festa não vai começar. Por conta da pandemia do novo coronavírus, não há previsão para o Carnaval acontecer em 2021. Em tempos normais, Salvador já estaria em festa, com toda a movimentação típica do período. Mas, dessa vez, é diferente. Quem diz que o ano novo só começa depois da folia, vai ter de descobrir outro jeito de renovar as energias. O que resta para este fevereiro atípico é a saudade da muvuca atrás do trio.
Os indícios de que Salvador já era oficialmente a cidade do
Carnaval, a essa altura, estariam por toda parte: camarotes montados nos circuitos, ambulantes acampados para garantir os melhores pontos, lojas exibindo fantasias nas vitrines, cambistas no entorno do Centro de Convenções, glitter colorindo tudo e, até o desagradável cheiro forte de urina sinalizaria o reinado de Momo. Em 2021, para matar saudades, os stories do Instagram estão povoados de memórias de anos anteriores, emocionando os foliões.
Por aqui, tudo começa cedo. Antes da abertura oficial da folia, que seria nesta quinta-feira, 11, já teria acontecido o Furdunço, o Fuzuê, o Pipoco e a tradicional quarta-feira de blocos e fanfarras do Farol da Barra ao Morro do Cristo. O baiano aquece os motores para os dias oficiais de festa com antecedência.
TEMPO DE CURTIÇÃO
Para muitos, o pré-carnaval é tempo de curtir, mas, para outros, é hora de montar estratégias para a ‘guerra’ dos dias oficiais. É preciso garantir o tênis confortável, checar a programação para fugir ou ir atrás do maior aperto, juntar dinheiro, comprar ou fazer a fantasia, personalizar o abadá, estocar bebida.
A foliã Catarina Carvalho, 21 anos, nos dias que antecedem a festa, une as duas coisas. “Em tempos normais já teria ido para todos os pré-carnavais possíveis. Minha casa estaria cheia de glitter e eu estaria indo bater perna na Avenida Sete para comprar o que faltava para as fantasias”, conta ela, que no ano passado, marcou presença em todos os dias da folia.
Já o soteropolitano Antônio Seixas, 20, está morando em São Paulo, mas não perde um Carnaval na cidade natal. Quando a folia se aproxima, é hora de comprar as passagens e planejar as fantasias. Para ele, estar no Carnaval é se sentir em casa. “Quando eu penso no que estaria fazendo agora eu até abro um sorriso porque eu estava pensando nisso esses dias. Fiquei vendo as fotos dos carnavais passados e bateu uma saudade..."
Em 2020, na folia de Antônio a quarta-feira foi o dia da fantasia de vendedor de Beiju, com direito a trocadilho. No cardápio impresso na gráfica, opções como “beiju casadinho”, “beiju triplo” e “beiju pra viagem”.
Isabela Fontana, 21, também é dessas que adora uma fantasia e diz que não dá para repetir a do ano anterior. “Eu gosto sempre de fazer alguma coisa diferente", revela.
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