Bahia cobra investimentos da FCA
Governo e setor produtivo do estado criticam sucateamento de trecho baiano da Ferrovia Centro-Atlântica
o desinteresse deles", acrescenta o secretário.
O presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Antonio Carlos Tramm, questiona a prorrogação do contrato da VLI. “Já que em todos esses anos de vigência do contrato não foram tomadas providencias para melhorar a malha, por que não se estuda o desmembramento desta rede oferecida para que se façam duas ou três concorrências separadas?", diz. "A VLI diz que o ramal na Bahia não tem carga. Então ao invés de pedir a renovação da concessão a empresa deveria ir embora".
CARTA
Na última terça-feira, as federações da Indústria, da Agricultura e do Comércio da Bahia encaminharam uma carta ao diretor-geral da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) , Marcelo Prado, onde pedem a realização de audiências públicas na Bahia e a extensão do prazo final de escuta à sociedade para o dia 5 de abril. "Essas demandas se justificam devido à necessidade de se realizar uma discussão mais aprofundada acerca da situação em que se encontra esta linha férrea", diz o documento.
A Fieb aponta que a FCA sempre privilegiou o atendimento de suas metas/indicadores com as linhas de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo (de maior demanda), deixando as da Bahia (de maior extensão) em segundo plano. Os investimentos baixos em manutenção e modernização, acrescenta a entidade, além de trechos concedidos que foram abandonados, reduziram o interesse ou a condição de uso das empresas usuárias do modal no estado, como as empresas do Polo Industrial de Camaçari e a Petrobras.
"Quase não houve investimento da VLI na Bahia, isto é inegável", afirma Vladson Menezes, diretor executivo da Fieb. "Se houve espaço para a não realização desses investimentos, aí há duas razões: uma é porque isto não ficou claramente amarrado no edital inicial. O segundo motivo é que o investidor vai atrás do que lhe dá mais rentabilidade. Nós temos agora que mostrar as prioridades de investimentos da Bahia e tentar com que esses investimentos sejam realizados".
A VLI disse ontem, através de nota, que a renovação da concessão prevê o aporte dee R$ 13,8 bilhões em toda malha, sendo cerca de R$ 3,5 bilhões no trecho baiano. Os recursos serão direcionados para melhorias na linha e aquisição de ativos. Além dos investimentos na infraestrutura já concedida à Ferrovia Centro-Atlântica, a renovação gera recursos que a União destinará a novos projetos, a partir de definições da ANTT. ?
A empersa afirmou que FCA mantém fluxos regulares na Bahia com a movimentação de derivados de petróleo, cal, minério de ferro, minério de cromo, minério de magnesita, contêineres e cimento. "Na última semana, inclusive, a empresa abriu processo de recrutamento para contratação de maquinistas e outros profissionais ligados à atividade ferroviária no estado", afirma a empresa. "Sobre os pleitos apresentados na audiência pública, a VLI entende como naturais e respeita as opiniões".