Correio da Bahia

Queda no setor de serviços tira vagas do turismo

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A pandemia fez com que hotéis, bares, restaurant­es e tudo que não fosse serviço essencial ficasse fechado, para evitar a disseminaç­ão do novo coronavíru­s. Com isso, o setor de serviços foi extremamen­te afetado em 2020. Na Bahia, a queda foi histórica, de 14,8%, a maior desde 2011, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgados ontem pelo IBGE.

Esse é o sexto percentual negativo seguido no estado. No ano passado, ficou bem abaixo do Brasil – a queda nacional foi de 7,8% - e foi a quarta maior queda entre os 27 estados do país. A Bahia só não teve desempenho pior que Alagoas (-16,1%), Rio Grande do Norte (-15,7%) e Sergipe (-15,1%). Somente Amazonas (0,5%) e Rondônia (0,3%) fecharam o ano com variações positivas.

O IBGE aponta que todas as atividades de serviços tiveram recuo na Bahia, o que já tinha acontecido em 2015 e 2016. Só que, em 2020, a categoria de serviços prestados à família teve a maior retração, com baixa recorde de 39,8%. Nesse segmento estão os restaurant­es, hotéis, serviços de bufê e produção e promoção de eventos esportivos e atividades de ensino ligadas a cursos profission­alizantes, técnicos e autoescola­s, por exemplo. A atividade mostrou recuos em 11 dos 12 meses do ano e avançou apenas em fevereiro, quando subiu 2,6%.

Para o presidente da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentaçã­o (Fehba), Silvio Pessoa, a estatístic­a não surpreende. “Ano passado fechamos a ocupação de hotéis em 36,79%. Em 2019, a gente teve uma ocupação média de quase 64%, então isso dá mais ou menos 40% de queda. Os números são muito próximos do que estávamos trabalhand­o também em nossas pesquisas”, afirma Pessoa. Mensalment­e, a Fehba faz pesquisas com os 20 maiores hotéis de Salvador, que dá um parâmetro sobre o setor.

Além da redução na ocupação hoteleira, a Bahia sofreu com o fechamento de bares e restaurant­es. O presidente de Fehba estima que 30% dos restaurant­es não voltem a funcionar. “Nosso cálculo é que entre 5 a 10% dos hotéis não voltem mais à atividade. Para bares e restaurant­es, são mais de 30%. Na Bahia, já foram mais de 60 mil postos de trabalho perdidos em restaurant­es e 20 mil em hotéis".

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