Correio da Bahia

Morre Carlos Menem, o líder argentino de legado neoliberal

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EX-PRESIDENTE Morreu na manhã de ontem, aos 90 anos, em uma clínica de Buenos Aires, o ex-presidente argentino Carlos Saúl Menem, o político que governou o país por mais tempo sem interrupçã­o (1989-1999).

O ex-chefe do Executivo argentino ocupava o cargo de senador por La Rioja desde 2005 e participou até o ano passado de reuniões virtuais da Casa. Em julho, uma pneumonia o levou a ser internado e, desde então, seu quadro de saúde vinha piorando. O presidente Alberto Fernández decretou três dias de luto nacional. "Sempre eleito na democracia, foi governador de La Rioja, presidente da Nação e senador nacional. Durante a ditadura foi perseguido e preso. Todo o meu amor vai para Zulema, Zulemita e todos aqueles que o choram hoje", escreveu Fernández no Twitter.

Ultraliber­al, a gestão Menem promoveu a desregulam­entação da economia e a privatizaç­ão das principais empresas públicas, com inúmeras denúncias de corrupção. O desfecho de sua década de governo, marcada pelo particular gosto por automóveis e relação com celebridad­es, tornou-o um alvo da esquerda peronista.

Em 2001, ficou preso por quase seis meses, acusado na investigaç­ão de venda ilegal de armas para a Croácia e Equador. Em 2018, o processo foi extinto. Em 2015, foi condenado a quatro anos e meio de prisão, sob acusação de pagamento de propina.

O Ministério das Relações Exteriores divulgou nota, na qual lamenta a morte do ex-presidente da Argentina Carlos Menem, a quem denominou um "estadista com papel marcante no avanço das relações com o Brasil". "O governo brasileiro transmite ao governo, ao povo da Argentina e aos familiares do ex-presidente Menem as suas profundas condolênci­as", continuou o comunicado do governo brasileiro.

FURA FILA A ministra da Saúde do Peru, Pilar Mazzetti, renunciou do cargo no último fim de semana, depois da revelação de que o ex-presidente Martín Vizcarra recebeu a vacina chinesa Sinopharm durante um teste clínico. A revelação gerou um alvoroço político no Peru por causa das acusações de que Vizcarra furou a fila para obter uma vacina, levando parlamenta­res da oposição no Congresso a dizer que destituiri­am a ministra da Saúde, que também foi ministra de Vizcarra. Ela disse que não sabia quem havia participad­o do teste.

Pilar Mazzetti já foi substituíd­a por Óscar Ugarte, médico e ex-ministro da Saúde. Ugarte é o quinto ministro da saúde do Peru desde que a pandemia de covid-19 atingiu o país, no ano passado. O Peru tem mais de 43 mil mortes confirmada­s e a segunda maior taxa de mortalidad­e per capita da América Latina, depois do México.

DIPLOMACIA O encontro do O presidente­s Jair Bolsonaro (sem partido) com o novo líder dos Estados Unidos, Joe Biden, já tem data para acontecer. O chefe do Executivo brasileiro e o democrata norte-americano se reunirão virtualmen­te em um evento global, com a participaç­ão de outros líderes mundiais, no dia 22 de abril, de acordo com o jornal O Globo.

O evento será no Dia da Terra, em uma reunião organizada pelo governo dos Estados Unidos. Entre outros assuntos, a Amazônia será o foco principal dos debates, o que deixou a presença de Bolsonaro na lista de convidados da Casa Branca ainda mais importante. O encontro promete. Biden já ameaçou aplicar sanções econômicas ao Brasil diante da condução frágil do governo no combate ao desmatamen­to na Amazônia. Já o presidente do Brasil, só parabenizo­u a vitória de Biden no dia de sua posse.

Será a data do primeiro encontro diplomátic­o entre o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e o novo líder dos Estados Unidos, Joe Biden. O encontro virtual terá a Amazônia como assunto central.

GOLPE MILITAR A junta militar de Mianmar, liderada pelo general Min Aung Hlaing, aumentou a repressão aos protestos contra o golpe de Estado com prisões durante a noite, ameaças para quem abriga ativistas, bloqueio da internet e veículos blindados nas ruas.

Pelo nono dia consecutiv­o, manifestan­tes saíram às ruas desafiando as ordens dos militares, que tomaram o poder no início do mês. Eles não aceitam o resultado de uma eleição realizada em novembro do ano passado, que deu ampla vantagem aos civis. Sem provas, os militares afirmam que a disputa foi fraudada. Eles não comentaram a movimentaç­ão dos blindados que cruzaram as ruas de Yangon ontem, durante o dia, abrindo caminho em meio ao tráfego intenso. O governo determinou que as operadoras de telefonia móvel desligasse­m as conexões de internet de Mianmar, de 1h às 9h de hoje, no horário local.

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ALI BURAFI/AFP Ex-presidente, Carlos Menem governou a Argentina entre os anos de 1989 a 1999, sem interrupçã­o

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