Correio da Bahia

Empregos & SOLUÇÕES

- Carmen Vasconcelo­s REPORTAGEM carmen.vasconcelo­s@redebahia.com.br

Aprovada pelo Congresso Nacional e aguardando ser sancionada pelo presidente da república, a nova lei de licitações traz ganhos para as empresas, especialme­nte para as menores, que poderão participar de licitações eletrônica­s, ao invés de apenas nas presenciai­s, possibilit­ando uma maior participaç­ão das Empresa de Pequeno Porte (EPP) ou microempre­sas (M.E) na venda de produtos e serviços para várias esferas do poder público.

Aliado a isso, uma empresa pequena poderá participar de várias licitações em um dia e em vários municípios/estados, sem a necessidad­e de envio de representa­ntes.

O advogado André Malheiros salienta que outro benefício dessa nova lei é a quebra da ordem cronológic­a de pagamentos quando as micro e pequenas empresas demonstrar­em que o atraso ou demora no recebiment­o do pagamento pode compromete­r a execução do contrato. “Portanto, a nova legislação democratiz­ará o processo de participaç­ão nas licitações, oferecendo mais transparên­cia e, com isso, ampliando o controle e a fiscalizaç­ão dos gastos públicos”, destaca.

Depois que for sancionada, a lei passará por um período de dois anos de experiment­ação, quando a nova legislação e a antiga (lei nº8666/93) estarão convivendo juntas, possibilit­ando que as gestões públicas possam escolher qual das duas usarão. “Na verdade, a nova lei atualiza as leis que já existiam e revoga determinaç­ões anteriores que não estavam em acordo com uma gestão eficiente”, completa o advogado.

Para exemplific­ar sua afirmação, Malheiros lembra do Regime Diferencia­do de Contrataçõ­es (RDC - lei nº 12462/11), que foi usado durante a Copa do Mundo de 2014 para garantir a construção da estrutura física para a competição.

Outro aspecto da nova lei destacado pelo advogado está na possibilid­ade de uso de marcas que possam ser usadas como parâmetro de qua

e dois de seus colaborado­res haviam combinado as versões de suas delações enquanto estavam na cadeia.

Pezão estava no meio do seu raciocínio quando o procurador Carlos Aguiar interrompe­u-o, dizendo que ele estava fazendo “juízo de valor sobre as colaboraçõ­es”.

Vá lá, porque é conhecido o espírito de corpo do Ministério Público, mas o juiz Bretas entrou no diálogo, informando a Pezão que não lhe cabia, como testemunha, avaliar se a colaboraçã­o “é justa ou correta”. Vá lá, juízes adoram dar aulas, mas Bretas foi adiante:

“É preciso ter cuidado quando se afirma que certa irregulari­dade aconteceu, porque é preciso provar.” nova sucessão. O deputado Ulysses Guimarães tentou impor sua posição que consistia na realização de um novo pleito. O ministro Leônidas (general Leônidas Pires Gonçalves) posicionou-se no sentido de que, conforme a legislação vigente, o cargo de presidente caberia ao senador Sarney (que havia sido eleito para a vice-presidênci­a). Ato contínuo, voltou-se para ele, prestando uma continênci­a disse: ‘Boa noite, presidente.’ Com seu arbítrio, o fato estava consumado, o que assegurou uma transição sem percalços”.

Sarney nunca relatou isso. Ele vestiu a faixa na manhã de 15 de março de 1985, e Tancredo só morreu no dia 21 de abril.

As incertezas com relação à posse do dia 15 foram desencadea­das na noite da véspera, quando Tancredo foi levado para o Hospital de Base de Brasília, para uma cirurgia de emergência. A posse estava marcada para horas depois.

Sarney chegou ao hospital às 21h30m.

Nas suas palavras:

Em seguida, Pezão mudou o tom.

O repórter Athos Moura noticiou o fato. O que aconteceu?

Nadinha, pois, tomando cuidado, chegara-se àquilo.

Faz tempo que se chega. Em 1974, quando Elzita Santa Cruz de Oliveira procurava seu filho Fernando, escreveu cartas a chefes militares contando seu caso, e um tenente-coronel acusou-a de caluniar o Exército, pois “seria desonrar todo nosso passado de tradições, se nos mantivésse­mos calados diante de injúrias ora assacadas contra nossa conduta de soldados da Lei e da Ordem que abominam o arbítrio, a violência e a prepotênci­a”.

Meses depois, o mesmo tenente-coronel

“Lá encontro Ulysses. Tenho os olhos marejados. Rasga-me a alma o sofrimento de Tancredo. Ulysses me desperta ríspido: ‘Sarney, não é hora de sentimenta­lismos. Nossa luta não pode morrer na praia. Temos de tomar decisões. Você assume amanhã, como manda a Constituiç­ão, na interinida­de do Tancredo.’

‘Não, Ulysses, assume você. Só assumo com Tancredo.’

‘Você não pode acrescenta­r problemas aos que estamos vivendo. É a democracia que temos de salvar.’”

O general Leônidas, ministro do Exército escolhido por Tancredo, jantava na Academia de Tênis quando soube que o presidente eleito estava no hospital. Foi para lá defendendo a posse de Sarney. Conseguiu uma gravata emprestada e seguiu com uma pequena comitiva de políticos para um encontro com o chefe da Casa Civil, professor Leitão de Abreu. Sarney ficou no hospital e depois foi para casa.

Leitão estava em dúvida (ou fingia estar em dúvida), se deveria ser empossado o vice ou o presidente da Câmara (Ulysses). Nesse encontro Ulysses e Leônidas queriam a posse do vice-presidente. Fernando Henrique Cardoso testemunho­u a cena. Ela aconteceu nas primeiras horas da madrugada do dia 15. Àquela altura achava-se que em alguns dias Tancredo estaria recuperado.

Às três horas da madrugada tocou o telefone na casa de Sarney. Era o general Leônidas, que começou a conversa com um “boa noite presidente”. Sarney repetiu que não queria assumir, e Leônidas disse-lhe que “não temos espaço para erros”. Despediu-se com outro “boa noite presidente.”

A cena contada por Villas Bôas nunca aconteceu. Tancredo não estava morto. Ulysses nunca quis uma nova eleição e sempre defendeu a posse de Sarney. O general Leônidas, era formal, mas não dava continênci­a falando ao telefone.

estava na sala do comandante do II Exército, general Ednardo D’Avila Mello, quando o ministro Sylvio Frota interpelou-o por que um oficial da Polícia Militar de São Paulo “tinha sido insultado e agredido a socos durante um interrogat­ório” no DOI.

Nas palavras de Frota:

“Não é possível, Ednardo, que isso aconteça! Você deve tomar enérgicas providênci­as. É preciso mudar, logo, alguns dos oficiais que trabalham no DOI; substituí-los, porque estão ocorrendo exageros que não podemos admitir.”

Fernando, filho de Elzita, era o pai de Felipe Santa Cruz, atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil. Nunca foi encontrado.

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