Produção literária preta e periférica
Celebrar a literatura suburbana marginalizada é o principal objetivo da 1ª Festa Literária do Subúrbio - Flisu, que acontece nos dias 26 e 27, com programação gratuita e virtual transmitida pelo YouTube. Lançamentos, rodas de conversa, palestras e intervenções artísticas fazem parte do evento.
“As pessoas enxergam o Subúrbio como uma área distante da cidade, mas não enxergam a pluralidade que habita esse local. Fazer essa Flisu para chamar de nossa é ampliar essa lente para a sociedade e mostrar que o Subúrbio faz literatura, faz arte e tantas coisas que nutrem o Brasil”, destaca o ator, poeta e curador Fábio de Santana.
Responsável por conduzir alguns dos bate-papos da Flisu, Fábio conta que o que guiou a programação foi “a excelência do trabalho que essas pessoas desenvolvem”. Entre os destaques, estão a mesa de abertura de Conceição Evaristo, às 10h30, e a roda de conversa Estética Suburbana e Representatividade, às 13h30, com Leandro Vilas Verde e Sérgio Vaz.
Outro destaque do dia 26 é o encontro entre Lázaro Ramos e Carla Akotirene, às 15h30, no bate-papo Literatura e Identidades, mediado pelo professor e poeta Jairo Pinto. No mesmo dia, a Flisu realiza sarau com vários representantes da cidade, como o Sarau da Onça, o Sarau do Cabrito e o Sarau do Bêco.
Nelson Maca, Cássia Vale, Landê Onawale e Juraci Tavares também estão no evento que inclui pessoas com forte relação com o Subúrbio. “A marca da programação é o protagonismo. A gente que sair da plateia dos principais festivais literários e ir para o palco e produzir também”, defende Fábio.
Celebrar a literatura insurgente é o grande objetivo da Flisu, reforça George Bispo, coordenador geral do evento que também se propõe a dialogar “com o público não letrado”: “São as literaturas produzidas fora dos padrões, fundamentadas em outras ideias ligadas à narrativa oral, muito ligada às subalternidades, seja por questão de classe, questões étnicas, ou de origem geográfica”.