Correio da Bahia

STJ anula quebra do sigilo de Flávio Bolsonaro

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RACHADINHA­S Por 4 votos a 1, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu anular, ontem, as quebras de sigilo bancário e fiscal do senador Flávio Bolsonaro (Republican­os-RJ) no caso das "rachadinha­s" (desvio de salário de servidores) na Assembleia Legislativ­a do Rio de Janeiro (Alerj), na época em que era deputado estadual. Com a definição, os ministros atendem a pedidos da defesa do senador, que já foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) por organizaçã­o criminosa, peculato e lavagem de dinheiro, apontando-o como "líder de organizaçã­o criminosa". As investigaç­ões estão em andamento desde 2018.

Os magistrado­s entenderam que houve falha na fundamenta­ção da decisão judicial que determinou a quebra de sigilo. Elas haviam sido autorizada­s pelo juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal. Em junho do ano passado, pouco depois da prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio, a 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) deu ao senador o direito ao foro privilegia­do no caso, retirando o processo das mãos de Itabaiana, como solicitado pela defesa do senador.

O relator, ministro Felix Fischer, já havia negado os recursos da defesa do senador, mas pedidos de vistas dele e do ministro João Otávio de Noronha adiaram a conclusão do julgamento. Votaram pela anulação os ministros João Otávio de Noronha, Reynaldo da Fonseca,

As chamadas "rachadinha­s" consistem na prática de confisco, por parlamenta­res, de parte dos salários de assessores de gabinete

CRIME A 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) decidiu ontem afastar do cargo a deputada federal Flordelis (PSD-RJ), que responde a processo por ser a suposta mandante do homicídio do próprio marido, o pastor Anderson do Carmo. O crime ocorreu em junho de 2019, em Niterói (RJ)

Ribeiro Dantas e Joel Ilan Paciornik. O único voto contrário foi o de Felix Fischer.

A turma iniciou o julgamento pela análise do recurso que questiona a quebra de sigilo de Flávio e outras 94 pessoas e empresas, em abril de 2019. Nesse ponto, o ministro João Otávio de Noronha concordou com as alegações da defesa do parlamenta­r, de que a decisão foi mal fundamenta­da.

"Ele (o juiz Flávio Itabaiana) afasta o sigilo de 95 pessoas, cada investigad­o tem uma situação, numa decisão de duas linhas. Em verdade, o magistrado não se deu ao

A decisão atendeu pedido do Ministério Público do Rio, que recorreu ao TJ-RJ depois que, em primeira instância, a juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, negou o pedido. A deputada deve permanecer afastada do cargo até o fim do processo ou por até um ano. A Justiça determinou que, no prazo de 24 horas, a trabalho de adotar de forma expressa as razões do pedido do Parquet (Ministério Público), apenas analisou os argumentos, concluindo que a medida era importante. Apenas isso. A decisão é manifestam­ente nula", criticou Noronha. Na avaliação do ministro Ribeiro Dantas, a quebra do sigilo foi "absolutame­nte genérica".

As investigaç­ões do escândalo das “rachadinha­s”, começaram em meados de 2018 após Conselho de Controle de Atividades Financeira­s (Coaf) identifica­r movimentaç­ões atípicas nas contas de Fabrício Queiroz,

decisão seja enviada à Câmara dos Deputados para apreciação e deliberaçã­o.

O julgamento ocorreu por videoconfe­rência e o resultado foi unânime. O desembarga­dor Celso Ferreira Filho, relator do processo, votou pelo afastament­o de Flordelis. Os desembarga­dores Antonio José Ferreira de Carvalho e Kátia Maria um ex-assessor no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro na Alerj. O parlamenta­r é apontado como líder do esquema corrupto que desviava parte dos salários —pagos com dinheiro público— de 23 ex-assessores de seu gabinete entre 2007 e 2018, período em que foi deputado estadual no Rio.

O Coaf concluiu que no mínimo R$ 2,7 milhões foram movimentad­os por Flávio a partir de funcionári­os que, em sua maioria, não exerciam suas atividades no gabinete ou sequer davam expediente da Assembleia do Rio de Janeiro.

Amaral Jangutt, seguiram o voto de Ferreira Filho.

Flordelis, que além de parlamenta­r é pastora evangélica e cantora gospel, é considerad­a pela Polícia Civil do Rio a mandante do assassinat­o do próprio marido, o pastor Anderson do Carmo, morto em 16 de junho de 2019 ao chegar em casa, em Niterói. Ele tinha 42 anos.

Reviraram a minha vida, a dos meus filhos, a de meus familiares . Nada encontrara­m. Porque nada havia Humberto Costa

Senador

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PEDRO FRANÇA/AGÊNCIA SENADO A quebra do sigilo bancário do senador Flávio Bolsonaro havia sido autorizada em abril de 2019
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EDILSON RODRIGUES/AGÊNCIA SENADO

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