Correio da Bahia

Supremo abre porta para vacinas

Decisão unânime libera compra direta de imunizante­s por estados e municípios

- Vinicius Nascimento, com agências de notícias REPORTAGEM redacao@correio24h­oras.com.br

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram, por unanimidad­e, ontem, autorizar a compra e a distribuiç­ão de vacinas pelos estados e municípios. A votação foi favorável a uma liminar do ministro Ricardo Lewandowsk­i e autoriza que a compra pode ser realizada mesmo se os imunizante­s ainda não tiverem o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e independe das metas do governo federal para o Plano Nacional de Imunização.

Na Bahia, a decisão foi recebida com alegria pela prefeitura de Salvador e pelo governo do estado. O prefeito Bruno Reis, inclusive, afirmou em sua conta pessoal do Twitter que a partir da autorizaçã­o do STF, já começou a articular a compra direta dos imunizante­s. O governador Rui Costa, durante live, também afirmou que tem reuniões agendas para hoje, com o laboratóri­o russo que fabrica a Sputnik V, e amanhã, com a Pfizer, que teve o seu imunizante aprovado para uso no Brasil, ontem, pela Anvisa (leia ao lado).

"A partir da autorizaçã­o do STF para a compra das vacinas por estados e municípios, já estou articuland­o para viabilizar a compra direta dos imunizante­s. Isso é importante para acelebrar a distribuiç­ão ao público prioritári­o e viabilizar a inclusão dos profission­ais de educação", afirmou Bruno Reis.

O prefeito ainda lembrou ainda que a cidade possui um reserva de R$ 80 milhões do seu orçamento anual para comprar vacina. O município também já tem conversas prévias com o Instituto Butantan, a Pfizer, o laboratóri­o Janssen, a Fiocruz e com o Centro Gamaleya da Rússia.

Já o governador Rui Costa, pouco depois da decisão do STF, anunciou no seu programa pessoal, o Papo Correria, que o Supremo irá salvar muitas vidas com o posicionam­ento dos ministros.

"Graças a Deus agora o STF permite que possamos tentar recuperar esse terreno perdido. Já tenho reunião marcada com a Pfizer esta semana e fiz os primeiros contatos com o laboratóri­o russo para que consigamos efetivar a compra independen­te da quantidade disponível", disse.

Ainda segundo o governador, a Bahia tinha um pré-contrato com a Rússia para receber 50 milhões de doses da Sputnik V, mas esse acerto se desfez por conta das dificuldad­es em conseguir a liberação do imunizante junto à Anvisa.

VOTAÇÃO VIRTUAL

O julgamento do STF foi feito em plenário virtual e os ministros do Supremo inseriram seus votos em um sistema eletrônico. A tese aprovou a liminar de Ricardo Lewandowsk­i com as observaçõe­s defendidas por ele. Emitida em dezembro, a liminar diz que os estados e municípios podem importar e distribuir vacinas caso a Anvisa não dê aval, em 72 horas, após solicitaçã­o dos laboratóri­os. Ele destaca, porém, que a regra vale para os imunizante­s com registro em entidades sanitárias de renome fora do país.

No começo de 2020, o Congresso havia aprovado lei que estabelece prazo de 72 horas para a Anvisa se manifestar sobre o uso de vacinas autorizada­s por agências dos EUA, Europa, China e Japão. Ontem, o plenário da Câmara aprovou MP que facilita a compra de vacinas.

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KENZO TRIBOUILLA­RD/AFP Funcionári­o da Pfizer trabalha na embalagem de lotes de vacina contra a covid-19. O laboratóri­o já está vendendo doses para os Estados Unidos, Reino Unido e países da União Europeia

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