Laboratório diz que só negociará venda com o governo
Um projeto de lei (PL 534/2021) apresentado ontem pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), abre caminho para a compra de vacinas contra o novo coronavírus por empresas privadas e pelo Distrito Federal, estados e municípios. A decisão do
STF também permite que que clínicas privadas comprem o imunizante. Mas, no caso da farmacêutica Pfizer, a direção da empresa já alertou que só irá negociar com o governo.
“Esperamos poder avançar em nossas negociações com o governo brasileiro para apoiar a imunização da população do país”, disse a presidente da Pfizer Brasil, Marta Díez, em comunicado enviado após a aprovação da vacina pela Anvisa.
No início do ano passado, a farmacêutica disse que ofereceu 70 milhões de doses da vacina ao governo brasileiro para entrega ainda em dezembro, mas a oferta foi recusada pelo Ministério da Saúde.
O projeto do presidente do senado diz que a ideia inicial é que as doses adquiridas por pessoas jurídicas de direito privado sejam integralmente doadas ao Programa Nacional de Imunizações do MS. Sobre a aquisição diretamente para comercialização ou utilização das empresas, o texto prevê ainda a possibilidade disso ocorrer apenas após a vacinação dos grupos prioritários do país.
Rodrigo Pacheco disse também que o projeto deverá sofrer alterações nos plenários do Senado e da Câmara durante a votação. Alguns parlamentares defendem, por exemplo, que empresas privadas doem para o Sistema Único de Saúde (SUS), metade das vacinas adquiridas diretamente dos laboratórios.
“Haverá um amadurecimento no processo. Eventualmente, pode-se entender 50% para uso privado e 50% para o SUS", afirmou.