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Ypiranga Clube deixa parte da Vila Canária com o estado e receberá CT reformado
A sede do Ypiranga, localizada no bairro de Vila Canária, vai passar por uma grande obra. Uma parte das construções que hoje existem no terreno está sendo demolida e, em breve, abrigará uma escola. Mas isso não será o fim do clube, um dos mais tradicionais do futebol baiano, com 114 anos de história. Na verdade, acredita-se que é um recomeço.
“Em uma parceria com o governo do Estado, o Ypiranga teve cerca de 10 mil m² de sua área desapropriada para que a unidade escolar seja instalada. Em contrapartida, vamos ganhar um centro de treinamento novinho, todo reformado. O Ypiranga vai renascer”, explica o presidente do clube, Valdemar Filho.
A obra na Vila Canária, oficialmente Centro de Treinamento Deputado Galdino Leite, prevê implantação de campo com grama sintética - o atual é de terra - com iluminação em led; construção de acesso e bilheteria; recuperação da arquibancada; construção de alambrado, vestiários e salas de administração; pavimentação e nova rede pluvial.
A recuperação da infraestrutura esportiva do CT ficará a cargo da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), autarquia da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte. O projeto está em fase final de desenvolvimento pela área de engenharia da Sudesb e, em breve, será lançado o edital de licitação para a execução da obra. O investimento soma R$ 3,2 milhões.
“Essa mudança vai nos beneficiar. Nossa área vai encolher, mas vai ficar nova. Tudo estava muito destruído, em situação precária. Agora, teremos a estrutura recuperada”, comemora o vice-presidente do Conselho Deliberativo e ex-presidente do clube, Emerson Ferreti - o mesmo que, enquanto jogador, foi goleiro e ídolo do Bahia.
Com a desapropriação dos 10 mil m² do terreno na Vila Canária, o CT do Ypiranga agora ocupará um espaço de 36 mil m². O plano é que fique pronto ainda em 2021.
Segundo Valdemar, além de ajudar com a reforma, a parceria com o governo também terá impacto positivo nas finanças do clube. “Diminuir nossa área vai reduzir os custos do IPTU, que hoje é de R$ 220 mil. Tínhamos uma casa enorme, mas sem condições de manter. As dívidas estavam acumulando e chegamos a ter tudo bloqueado. Mas já resolvemos a situação”, diz o dirigente.
Segundo conta o presidente do clube, a proposta da desapropriação partiu do governador Rui Costa por um motivo casual e inicialmente alheio ao futebol. “Ele fez uma visita ao Colégio Estadual Filadélfia, que também fica na Vila Canária (o bairro, não o CT), por causa de uma estudante, Rebeca Uzêda, que se destacou no Enem. Quando chegou lá, ficou impressionado negativamente com a estrutura da escola. Visitou então nossa sede e pensou em construir um novo local de ensino aqui. Mas ficou sensibilizado com a história do Ypiranga e deu a contrapartida de restaurar nossa estrutura”, lembra Valdemar.
Essa mudança vai nos beneficiar. Nossa área vai encolher, mas vai ficar nova. Tudo estava muito destruído, em situação precária. Agora, teremos a estrutura recuperada Emerson Ferreti
UNIDADE ESCOLAR
O fato narrado pelo dirigente ypiranguense ocorreu em janeiro de 2019. Pouco mais de um ano depois, em março do ano passado, a Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC) e o Esporte Clube Ypiranga assinaram um termo de acordo e compromisso referente à desapropriação dos 10 mil m² da área da agremiação.
À época, o secretário estadual da Educação, Jerônimo Rodrigues, enalteceu e detalhou a parceria. “Esta iniciativa irá qualificar o espaço do clube, que ganhará uma escola de grande porte. Além disso, iremos fazer um termo de cooperação técnica para que os estudantes da escola, na atividade em tempo integral, possam fazer a prática de es