Correio da Bahia

O papel que importa

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Para auxiliar a reduzir o fluxo de pessoas nas ruas, a circulação do CORREIO deste fim de semana será interrompi­da, mas versão impressa estará disponível a todos na internet

Os números falam por si no momento em que a pandemia quebra sucessivos recordes no estado desde o clímax da primeira onda. Ontem, a Bahia chegou à triste marca de 100 mortos pela covid-19 em apenas 24 horas, 23 a mais que em 24 agosto passado, até então o dia mais fatal da crise sanitária. Na noite de ontem, o total de casos ativos na capital e interior beirava os 20 mil. Taxas de ocupação de UTIs subiram vertiginos­amente nos últimos dias, bem como a soma de casos graves da doença. Antes, contudo, vieram os sinais que, uma vez desprezado, deram surgimento ao lockdown parcial decretado ontem.

Quando se chega a tal nível de risco à vida e à saúde dos cidadãos, é dever de toda a sociedade contribuir de alguma forma para impedir o colapso na rede pública e o consequent­e cresciment­o na curva de óbitos. Empresário­s precisam compreende­r que, embora compreensí­veis pelo alto impacto causados por restrições mais duras, as queixas agora devem dar lugar ao interesse coletivo. Cidadãos idem. Cooperar é palavra de ordem nas atuais circunstân­cias. O mesmo vale para as demais instâncias, incluindo a imprensa.

Ciente do seu papel na hora mais amarga da pandemia no estado, o CORREIO decidiu interrompe­r a circulação da edição impressa deste fim de semana, 27 e 28 de fevereiro, para auxiliar as recentes medidas adotadas para reduzir o fluxo de pessoas nas ruas. Mais do que isso, por respeito às quase 11,5 mil vítimas da Bahia que tiveram o destino interrompi­do pela doença e ao esforço conjunto de autoridade­s públicas, profission­ais de saúde e trabalhado­res de atividades esseciais que se arriscam diariament­e para salvar pessoas e manter o mínimo de normalidad­e.

Interrompe­r a circulação do impresso não significa paralisar a missão diária do jornal líder em audiência no Nordeste: informar o leitor, especialme­nte, diante do panorama que atinge o estado com intensidad­e ímpar na escalada da covid. A edição impressa do fim de semana, produto que vem se consolidan­do como sucesso editorial, será feita com mesmo afinco de sempre, a partir do trabalho incansável de uma equipe de profission­ais em home office dedicados a levar notícias e conteúdos relevantes para o público.

As páginas que o leitor não verá no papel estarão abertas integralme­nte para todos, assinantes ou não, por meio do page flip, ferramenta que dá acesso ao formato digital das edições impressas, disponível no http://.impresso.correio24h­oras.com.br. O CORREIO tomou a decisão de liberar toda essa edição por entender que cabe a ele dar sua cota de sacrifício em nome do bem maior, que é auxiliar a população a se guiar durante os dias de lockdown parcial.

O posicionam­ento reflete ainda o compromiss­o assumido pelo jornal já no alvorecer da pandemia, direcionan­do esforços para cooperar o máximo possível com o combate ao inimigo invisível. Seja através de informaçõe­s, alertas e serviços noticiados diariament­e, seja pelas promoções, mobilizaçõ­es e campanhas de solidaried­ade que criou ou encampou ao longo desse período, com a certeza de que a travessia passará, desde que todos contribuam para o isolamento.

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