Correio da Bahia

Bolsonaro fala em pagar mais quatro parcelas de R$ 250

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AUXÍLIO EMERGENCIA­L O governo caminha para bater o martelo sobre os detalhes do pagamento de novas parcelas do auxílio emergencia­l a partir do mês que vem. O presidente Jair Bolsonaro disse ontem que conversou com o ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a ideia do benefício ser pago em quatro parcelas no valor de R$ 250. Ele ressaltou que a proposta também está sendo debatida com o Congresso.

"Estive hoje (ontem) com Paulo Guedes. A princípio, o que deve ser feito: a partir de março, por quatro meses, R$ 250 de auxílio emergencia­l", disse em transmissã­o ao vivo nas redes sociais. "É isso que está sendo conversado em especial com os presidente­s da Câmara e do Senado, porque a gente tem que ter certeza de que o que nós acertamos - vai ser conjunto, não vai ser só eu e a equipe econômica, vai ser junto com Legislativ­o também - na ponta da linha aquilo seja honrado por todos nós", declarou.

Bolsonaro voltou a destacar a situação de endividame­nto do país. Segundo ele, o pagamento do auxílio por mais quatro meses é "para ver se a economia pega de vez, pega para valer". O presidente disse ainda que o governo espera "uma nova proposta para o Bolsa Família" após o pagamento do auxílio. "A gente espera no final dos quatro meses ter uma nova proposta para o Bolsa Família, ver como vai ser o Bolsa Família a partir de julho", comentou.

Ontem, o Senado adiou a leitura do parecer da PEC Emergencia­l que possibilit­ará uma base jurídica para o pagamento do auxílio. O texto deve ser lido e votado na semana que vem. Há risco de fatiamento do texto para aprovação apenas do benefício, deixando as medidas de contenção de gastos para depois. A equipe econômica, porém, tenta evitar que isso ocorra. Na transmissã­o ao vivo, Bolsonaro voltou a sugerir que a população cobre o auxílio emergencia­l de governador­es e prefeitos. "Vão cobrar do prefeito, para o prefeito fazer auxílio emergencia­l, vão cobrar do respectivo governador, já que ele quer que você fique em casa eternament­e e quer mandar a conta para nós pagarmos", disse.

Na visão do presidente, com a demora e continuida­de da política assistenci­alista do auxílio, "consequênc­ias danosas vêm para a economia como um todo". "Tem muita gente que quer que a gente continue com isso eternament­e. Isso não é dinheiro que está no cofre, está lá no Banco do Brasil, na Caixa. Isso é endividame­nto", afirmou.

de magistrado­s ao texto. Nos bastidores, integrante­s do Supremo entraram em campo para articular mudanças no texto, mas a versão final ainda enfrenta forte resistênci­a da Corte. "Não vejo onde o Legislativ­o esteja ofendendo outro Poder. Espero que o STF tenha um posicionam­ento constituci­onal firme", disse.

Pela segunda vez consecutiv­a, Lira se ausentou da sessão de votação, o que provocou ataques nas redes sociais, sob o argumento de que precisava viajar para São Paulo, e deixou a condução do plenário nas mãos do vice-presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos (PL-AM).

A proposta discutida na Câmara é uma resposta corporativ­ista ao que deputados considerar­am uma intervençã­o do STF, que, por 11 votos a 0, referendou a prisão de Silveira, determinad­a no dia 16 pelo ministro Alexandre

represento­u novo revés para o Poder Executivo, que queria, inicialmen­te, votar a PEC ontem, o que não aconteceu.

A PEC Emergencia­l prevê mecanismos em caso de descumprim­ento da regra do teto de gastos, que limita os gastos da União à inflação do ano anterior. O relatório de Bittar, no entanto, tem causado

de Moraes.

O deputado bolsonaris­ta foi preso por divulgar um vídeo no qual ofendeu ministros da Corte, incitou a violência e fez a apologia da ditadura militar. A Câmara não afrontou a decisão unânime do STF e confirmou a prisão, mas logo em seguida Lira articulou forte reação.

Em conversas na residência oficial da presidênci­a da Câmara e no seu gabinete, Lira e o grupo que o ajudou a se eleger para o comando da Casa decidiram que a PEC era uma forma de dar um "basta" no Supremo sob o risco de outros deputados acabarem presos por ordem de Alexandre de Moraes.

O combinado era que o revide seria a aprovação da PEC, mas, caso o Supremo interfira numa decisão do Congresso, o contra-ataque será turbinado com a aprovação de medidas que atinjam a Corte.

polêmica porque inclui o fim da regra que determina investimen­to mínimo nas áreas de saúde e educação.

Esse é um dos trechos defendido por governista­s na proposta para que, além de medidas de ajuste fiscal, o texto possa abrir caminho para novos pagamentos do auxílio emergencia­l.

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