Correio da Bahia

PF ameaça Exército se operação for abandonada

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MADEIRA ILEGAL Em resposta ao Exército, a Polícia Federal ameaçou abrir inquérito contra militares que se retirarem da operação que resultou na maior apreensão de madeira da história do Brasil. Segundo a Folha de S. Paulo, o Exército avisou que vai deixar a missão. Desde a apreensão, as Forças Armadas fazem a segurança do material retido em pelo menos dois pontos (ambos no Pará).

Em um ofício enviado à PF no dia 19 de fevereiro, ao qual o jornal teve acesso, o chefe do Estado-Maior do Comando Conjunto Norte (do Exército) informou que os militares vão deixar os locais para retornar às suas sedes. Não há explicação do motivo.

Em um documento do dia 23 de fevereiro, o delegado responsáve­l pela operação afirmou que o Exército não tem prerrogati­va para escolher abandonar a ação e ameaçou abrir inquérito contra militares que se retirarem

Mil m³ de madeira supostamen­te extraída de forma ilegal foram apreendido­s na ação conjunta da Polícia Federal e do Exército, em dezembro dos locais. “Isso [de não poder escolher se retirar] é evidente sob pena de tornar inócua toda ação até então encetada, a qual consumiu recursos públicos e, pior ainda, dar aos criminosos a oportunida­de de recuperare­m o produto do crime fato que, inevitavel­mente, será objeto de apuração da responsabi­lidade de natureza civil, administra­tiva (improbidad­e) e criminal (por exemplo, prevaricaç­ão)”, diz a PF na resposta ao Comando Militar do Norte.

A polícia afirma também que, com a de decisão, há "sério risco de pereciment­o e desapareci­mento dos bens apreendido­s (a propósito, com valoração milionária)" e que, se isso ocorrer, "será instaurado inquérito policial destinado a investigar o evento e apurar responsabi­lidades sobre o ocorrido, sob as penas da lei".

No fim do documento, a PF requisita "nomes e dados" daqueles que, “além de vossa excelência [o chefe do Estado-Maior

do Comando Conjunto Norte, que assinou o primeiro ofício], sejam responsáve­is por eventual decisão de abandonar materiais apreendido­s que se encontram sob a responsabi­lidade das referidas Forças Armadas”.

O delegado ainda diz que a decisão de retirar as tropas coloca em risco as relações entre instituiçõ­es. “Esta mudança repentina desestabil­iza as relações jurídicas do Exército Brasileiro com diversas instituiçõ­es e órgãos públicos, a exemplo da própria Polícia Federal e do Ministério Público Federal, além de abalar a confiança do cidadão”, diz trecho do documento. A operação foi batizada de Handroanth­us GLO, que une o nome científico do ipê, a árvore mais cobiçada pelos madeireiro­s na Amazônia, à sigla da Garantia da Lei e da Ordem, o marco legal que autoriza o emprego das Forças Armadas no combate a crimes ambientais na Amazônia.

SÃO PAULO O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou ontem a soltura do empresário Leonardo Souza Ceschini, de 34 anos, acusado de matar a facadas a esposa, a representa­nte comercial Érica Fernandes Alves Ceschini, em dia 31 de janeiro, um dia após a final da Copa Libertador­es entre Palmeiras e Santos.

Érica era palmeirens­e e o marido, corintiano. O Palmeiras venceu a partida. O crime ocorreu após uma suposta briga por futebol no apartament­o do casal, na capital paulista

Na decisão que mandou soltar o marido, assassino confesso, a juíza Giovanna Christina Colares entendeu que houve excesso de prazo na manutenção da prisão preventiva. Ela afirmou que o Ministério Público foi alertado várias vezes de que deveria oferecer a denúncia no prazo estabeleci­do pela legislação.

O promotor responsáve­l pelo caso, Fernando Bolque, nega inércia do MP no processo e diz que o inquérito policial só não foi concluído ainda porque investiga novas informaçõe­s que surgiram, e provas que ainda devem ser colhidas.

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